Certidão iguaçuana

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

por Larissa Leotério

“As novas gerações precisam entrar em contato com os antigos heróis da cultura da Baixada Fluminense”, declara Fábio Branco. O professor de História é o idealizador e realizador do curta-metragem documentário “Casa da Pantera”. Em 20 minutos, o curta conta a história do bar “Casa da Pantera”, e a produção cultural, política e musical deste bar que agregava militantes culturais do final da década de 70 ao início da década de 80 e que foi palco das mais diversas manifestações políticas e culturais, lançamentos de livros, composições musicais e poéticas.



O interesse de Fábio Branco pela história do “Pantera” começou há dez anos, assim que veio morar na cidade de Nova Iguaçu. Onde morava, São Gonçalo, Branco já tinha contato com cultura, uma banda e ativa participação no Bar do Blues. O interesse se transformou em pesquisa; e as descobertas, em encantamento. Foram aparecendo histórias como a de Heitor Negrinho, Dejair Esteves, Flávio Nascimento e sua caixinha de cinema, Samaral e seus poemas sonoros, Zé Cordeiro e seus “pop-repentes”, Laís Sá do Amaral, Cirino Neto, Moduan Matos, Luiz Coelho. Esses e outros saíam pelas madrugadas iguaçuanas escrevendo poesias a giz nos muros e portas de bares.

Há três anos, Fábio Branco teve a ideia de transformar essa história em documentário. E, com o Fundo Municipal de Cultura, teve a oportunidade de produzir o filme. Ele acredita que é necessário mostrar à juventude a dificuldade que os pensadores e produtores de cultura enfrentavam para mostrar seus trabalhos, enquanto agora, com a facilidade das mídias e redes sociais na internet, é tão grande e tão pouco aproveitada. “Toda cidade tem seus heróis e o que falta é que eles sejam reconhecidos”, afirma.

O realizador, que se declara um “tarado pela produção de cinema”, diz que seu objetivo é juntar gerações, que, segundo ele, é o grande problema do ocidente. “A juventude precisa criar referências, para entender que precisamos muito mais dos heróis que eles da gente.” E, ao citar a ‘Geração Delírio’, pontua que geração não é definida por idade, e sim por atuação no mundo: “Os caras estão fazendo acontecer também. O pop é possível com conteúdo. Sou ‘Casa da Pantera’ e ‘Geração Delírio’”.

Fábio conta que vê a ‘Geração Delírio’ como o grande fruto da liberdade atual e do discurso contracultural, que não é pasteurizado, não está na mídia. E, então, resolve falar do simples, dessa entrevista surgida da conversa de botequim que “vale mais que ter um megafone nas mãos”. Conta que quer produzir cinema em pequena escala porque quer falar de local, não quer falar de mundo para poder falar para o mundo. Fábio Branco finaliza afirmando que o filme é a sua certidão de iguaçuano: “Não me sentiria iguaçuano enquanto não contasse a história daqui, exaltando a relação maravilhosa entre a boemia e a arte.”

7 Comentários:

Felipe Coelho disse...

Valeu Branco... Viva casa da pantera, viva a geração delírio!!!!!!!!!!!!!!

Estamos fervilhando na mesma panela.

Abração.

Felipe Coelho disse...

Quando o curta sair do forno vamos exibi-lo no "Putz Grila!"...

É "Noizes"...

Felipe Coelho disse...

Marcado???

fábioObranco disse...

Fechou.... Estamos juntos!!

Brown disse...

Boa meu amigo BrancOoo

Dani disse...

Sempre acreditei em vc, sempre confiei em seu potencial, estamos juntos!

Unknown disse...

Branco, que belo trabalho você tem feito por aí! Saudades de você, homem. Meus parabéns!

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