Saia do armário você também

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

por Jefferson Loyola

A primeira semana da diversidade, organizada pelo grupo 28 de junho, que ocorreu durante os dias 31 de agosto e 01,02,03 e 04 de setembro, encerrou-se neste ultimo sábado em parceria com o Cineclube Buraco do Getúlio com a temática gay, onde juntos comemorarão este grande avanço para a cultura do município de Nova Iguaçu. “Já era um desejo da equipe do Cineclube Buraco do Getúlio fazer uma sessão com esta temática desde o ano passado”, disse Diego Bion, criador do cineclube junto com Fabiano Mixo.

“O buraco funciona mais ou menos com 60 minutos de projeção”, contou Bion, que faz a curadoria dos filmes que são exibidos em todas as sessões. Porém nesta sessão que estava inclusa na semana da diversidade, parte dos curtas foram escolhidos por Paullo Vieira, diretor de comunicação e cultura do Grupo 28 de junho, e por Bion, responsável pela curadoria do cineclube. “Paulinho me enviou quatro filmes, porém dois deles tinham mais de 20 minutos, e não é uma coisa que o cineclube exibe, filmes muito longo, então trocamos estes dois e acrescentamos o “Alguma coisa sim” de Esmir filho, que é um diretor que sempre exibimos curtas dele aqui”, contou.

Com um publico bem diverso, o “buraco” com temática gay com toda certeza teria uma ótima aceitação pelos seus freqüentadores. “Pelas pessoas que conheço e que freqüentam o cineclube, acho que elas estão esperando esta sessão há muito tempo, esta sessão foi um quase saia do armário você também”, brincou Diego, afirmando que é impensável ver em um meio cultural alguma forma de preconceito. Aliás, em algumas sessões atrás, foi feita uma pesquisa com o publico do buraco para saber o tamanho da diversidade de pessoas que o freqüentam.

Os filmes exibidos

Foram exibidos cinco curtas-metragens norteados pela temática gay, onde o descobrimento sexual passou por três deles. “Ta”, de Felipe Scholl, retratou a história de dois garotos que estão juntos descobrindo a sexualidade dentro de um banheiro público. “Oranges (Laranjas)”, de Kristian Pithie, é um curta australiano de 12 minutos, todo feito propositalmente alaranjado, que retrata a história de dois meninos que se conhecem depois de um acidente e um cuida do outro, e na conversa e no entendimento a laranja passa ter um sabor e significado especial para um deles apenas.

“Esplendor” retrata a paquera entre dois homens numa lotação de trem tão arriscada quanto tentadora. De uma vontade sexual vem uma projeção de ter aquela pessoa para sempre. “Shame no more (Vergonha nunca mais)”, de John Krokidas, é um curta que mostra a inversão de situações. E se o mundo todo fosse homossexual e ser heterossexual fosse uma coisa "anormal"? Ele brinca com a inversão de papéis da década de 50, onde homossexualismo era tratado como uma doença, e se passa todo em preto e branco.

O ultimo curta-metragem da noite foi “Alguma coisa assim”, de Esmir filho, onde Caio e Mari, dois adolescentes, saem à noite pelas ruas de São Paulo em busca de diversão. Levado por sua amiga a uma boate gay, ele fica com um homem porém como a descoberta é uma coisa assustadora, ele se vê confuso entre seus sentimentos, e não sabe se gosta de meninos ou meninas. Entre sons e silêncios, descobrem mais sobre si mesmos.

No final das exibições, Vanessa Du Matu marcou sua presença no evento fazendo seu show para os mais de 50 cinéfilos presentes no espaço de Cultura Sylvio Monteiro. Os DJs Renan e Zeh Alsanne animaram o evento ao som de Gloria Gaynor, passando por Kelly Key, Sandy Junior, e Lady Gaga. A semana da diversidade encerrou em grande estilo, mas estamos curiosos para ver as novidades que ela nos trará ano que vem.

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