A vida sem cadeiras

terça-feira, 25 de maio de 2010

por Nany Rabello


Era uma quinta-feira, às nove da manhã, e eu ouvi alguém dizer que sabia que aquele seria um dia bom. Foi nesse exato momento que cheguei à Carceragem de Nova Iguaçu. Ia acompanhar a Oficina de Teatro Institucional, aplicada por Jitman Vibranovski e Paulo Antunes na 52° DP.

Faz dois anos que esse projeto estava para ser implantado aqui em Nova Iguaçu. No inicio de tudo, eles foram até as celas e explicaram como seria, e convidaram a todos para participar. A maioria disse que parecia ser muito legal, mas estava torcendo para não estar lá para participar das oficinas. Hoje a história é diferente. Quem é liberado já sai pedindo autorização para continuar fazendo as aulas, tamanha a paixão despertada neles.

Jitman ainda se lembra discurso do primeiro dia. “Não somos pastores, nem advogados, não estamos aqui para saber quem fez ou deixou de fazer o quê, nosso trabalho não é esse. Viemos fazer teatro. E esperamos que vocês também façam.” Como o trabalho com eles começou no dia 1° de Abril, o dia da mentira, o primeiro exercício foi convencer os atores de uma mentira que eles quisessem contar. E assim começou a magia do teatro.

Agora, já no sétimo encontro dos doze previstos pelo convênio entre o Teatro Institucional, a Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu e o MinC, não são apenas cinco os presos que entram na tão querida sala de teatro da 52° DP: são doze. Os próprios detidos convidam-se para assistir e participar da oficina. “É um momento de escape. A gente pode ser tudo o que quiser e falar sobre tudo, sem ser julgado”, conta um dos detentos.

Subvertendo o gênero

por Wanderson Duke 


O solo firme das comédias românticas sempre foi o clássico "boy meets girl" - o "menino conhece menina". Que sempre funciona muito bem, mas acaba por caracterizar de forma errônea muitas produções do gênero. Com isso, o final é previsível – e tendem basicamente para dois tipos de desfecho: o primeiro é o clássico “felizes para sempre” e o segundo é o casal seguir destinos diferentes.


500 Dias com Ela ((500) Days of Summer) segue fielmente o paradigma, mas o subverte a ponto de se distanciar de ser rotulado como mais uma obra produzida pela colcha de retalhos da padronização. Levando os espectadores  para uma experiência nova  - sem ser ímpar.

Cultura Mix

por Tuany Rocha

O espaço Silvio Monteiro se tornou palco para o 5° circuito mix de esquetes, realizado pelo projeto Fama, esse espetáculo fez com que o publico mergulhasse ainda mais no mundo teatral. No dia 23, domingo, foi o encerramento do circuito onde houve homenagens ao “Pai do teatro brasileiro”, Sérgio Brito e a uma das maiores atrizes da dramaturgia brasileira, Zezé Mota.
Após a apresentação das marcantes esquetes, “Natal de repente”, “O Jantar”, “Meio Dia”, “A Roxa”, “Bilhete da sorte”, “Doce Ilusão” e “Em nome da liberdade”, Além de Zezé Mota e Sérgio Brito também foi homenageado um dos produtores do evento, Alexandre Gomes, que se surpreendeu com o bonito gesto de sua equipe.
A dança de Adilson Dias abrilhantou a noite e presenteou as estrelas homenageadas, cada uma levou um quadro retratando a apresentação que tanto os emocionou.

O momento mais esperado da noite chegou, a premiação. Como atriz revelação (Vanessa Fortini), melhor ator (Léo Castro), melhor atriz (Paula Pardon), melhor direção (Meio Dia), melhor texto (O Jantar), premio de jure popular (Meio Dia e O Jantar). 

O evento não só estava lotado de pessoas como também de muita emoção e animação, afinal, não é todos os dias que se faz um tributo ao teatro brasileiro ao mesmo passo que se revela novos talentos, como por exemplo, o talento visto em “Bilhete da sorte” que ganhou o 3° lugar, em “Meio Dia”, ganhador do 2° lugar ou na incrível atuação das meninas da esquete “A Roxa” que depois de surpreender todo o circuito, levaram para casa o troféu de 1° lugar recebido das mãos do próprio Sérgio Brito e também a linda musica “Minha Missão” cantada por Zezé Mota.

O circuito foi marcado por gestos, sorrisos, olhares e palavras como as de Amir Haddad: “É o espetáculo que organiza o mundo e não o mundo que organiza o espetáculo”

Palavras de Sérgio Brito: “A cultura anda abandonada, mas o que me faz acreditar é saber que aqui em Nova Iguaçu ainda existe vocês.”
   
E isso tudo tornou o 5° circuito mix de esquetes um evento inesquecível.

 
 
 
 
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