O sonho não acabou

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

por Bruno Moura

O militante é aquele que antes de tudo é fiel aos seus ideais. O partido que lhe deu embasamento político-ideológico já não é mais tão importante. Sai de cena o partido, e entra a luta ideológica classista. Muito mais importante do que pertencer a um grupo específico, ser militante é pertencer ao grande grupo de pessoas que não aceitam a injustiça, e muitas vezes abdicam da vida pessoal para que outras pessoas possam gozar da liberdade de expressão, educação, cultura e culto, entre outros direitos que devem ser comuns e não restritos a determinados grupos sociais.


Quase que religioso, ser militante é acreditar na liberdade como verbo, que deve ser conjugado por todos, respeitando sempre a liberdade da pessoa ao lado. Quem compartilha dos seus ideais pode ser um camarada, ou um companheiro. Mas que de toda forma terá sede, fome, ansiedade, saudade da família, e tudo isso pode não ser superado, mas será amenizado pela certeza de que outras pessoas serão alcançadas pelos ideais revolucionários.

“O melhor caminho é começar conscientizando a população. A gente tem que começar mesmo pelos eleitores, pela população, conscientizar e começar a cobrar mais. Não adianta votar em qualquer pessoa e depois esquecer em quem votou e ficar só criticando”, diz Aline Ramos, 21 anos, militante do movimento estudantil, da juventude do PT.

Ainda existem muitos militantes românticos e a campanha da Dilma mostrou claramente a existência desta "espécie que não está em extinção". Quem navega pelas redes sociais sabe muito bem que ali a militância não é paga, não recebe dinheiro e o pagamento é apenas um simples "curti" ou um "obrigado". Mas os militantes românticos não estão só na internet. "Muitos fizeram a campanha de rua. Foram atrás do eleitor conversando, falando sobre o porque acreditar que ainda é possível melhorar um país”, diz Aurélio Rocha, 49 anos, líder do grupo Refazendo A Esquerda, do Partido dos Trabalhadores. E acrescenta: “O verdadeiro militante é movido por grandes sentimentos de amor“, diz ele, parafraseando Che Guevara.

Para Aurélio Rocha, o militante é uma pessoa que não tem nome, não tem rosto, não é única. Tudo parte de um sonho, de uma crença em um amanhã melhor, de acreditar que é possível conviver com as diferenças, com respeito, e amor ao próximo. "Esta é minha definição de militância política, sinônimo de militante romântico.”


E com um sorriso no rosto e os olhos brilhando que Aline Ramos aproveita a entrevista para, como boa miltante, mandar um recado para a juventude. "Os jovens se prendem muito na frente do computador, assistem Malhação, e não se preocupam muito com o que ta acontecendo a sua volta. Tem que conscientizar o povo e colocar todo mundo pra luta de novo. Militância é basicamente isso.”

8 Comentários:

bruno disse...

Se Marcos Aurélio e a turma do refazendo do PT é esquerda revolucionária, eu sou reencarnação do Che Guevara rs. Esse senhor se fosse revolucionário não apoiaria o Lindberg e também não daria calote em mais de 30 pessoas que trabalharam no programa de leite em 2009.A única coisa revolucionária que este fez foi reunir um cabresto de pessoas que trabalham no programa do leite para fazer número no Centro do Rio para adesivar uma placa de rua trocando para o grande Carlos Marighela que morreu em plena ditadura para conserguimos a nossa democracia. Pergunte a ele se faria a mesma coisa.Com certeza iria para Paris ou Havana.
Me desculpe o autor dessa reportagem, mas queria que se guiasse a pessoas que de fatio são éticas e não a pessoas que só se veste de um personagem e fala frase de efeito.uma vez escutei de Eugênio Ibiapino uma coisa interessante: seu ídolo é você. Você pode muda o mundo.

Juliana Portella disse...

adorei o texto! bateu até uma nostalgia, saudade da época que eu queria mudar o mundo! Saudade da Aline! boas apurações! Parabéns pelo texto!

Anônimo disse...

gente, Texto ótimo, e que pessoa grosseira é essa do comentário ?, deve ter votado no Garotinho ou no tiririca, vai saber...

É. Ótima reportagem, bem escrita com um bom conteúdo e boas definições. De tão boa causou críticas, inquietou.
O Sonho Não Acabou, se mostra viva, criou imagens em minha cabeça, e me fez pensar se não sou militante.. Repito inquietou.
Ao nosso camarada bruno aí de cima alguns toques: no trecho "... mas queria que se guiasse a pessoas que de fatio - o correto é fato !" E o Eugênio Ibiapino disse: " Seu ídolo é você, você pode mudar o mundo" e não "...você pode muda o mundo" . Pra terminar bruno aí de cima, você diz: ...só se veste de um personagem e fala frase de efeito... Mas peraí, você termina seu comentário com uma frase de efeito.. É.

Parabéns pela matéria!

Parabéns, companheiro.

Parabéns Bruno. Lembro-me de quando entrei no Refazendo, o desejo de mudar o mundo e a convicção de que conseguiria fazer isso!
Esse amor pela política que me estimula a tentar mudar meu espaço, junto ao C.A da Faculdade onde estudo.

Anônimo disse...

Letícia já fiz parte do Refazendo e é isso que você diz:só serve para conseguir espaços em CA e em sindicato para mostrar poder.Infelizmente tem figuras como Marcos Aurélio que em dia de PED convoca até torcida do Bangu em troca de alguma coisa e também filia militante garrafa em troca de cesta básica ou algum favor.Isso é ser esquerda e revolucionário para você?Não sou eleitor de Garotinho e sim um cara crítico de todos políticos desde a direita a esquerda.Infelizmente a juventude do Refazendo virou ofice boy de pessoas como Marcos Aurélio,Lindberg e Neiva.

Anônimo disse...

Muito boa tua matéria e que esta seja realmente a primeira. E que seja escrita com o coração como foi, porque assim atingirá as pessoas do bem, para desespero de seus contrários. E sabe Bruno, acabei lendo somente hoje, no dia do aniversários do PT. Dia em que o Partido dos Trabalhadores completa 31 anos de luta. Luta contra os hipócritas, contra os falsos moralistas, contra ditadura e contra a direita, que por vezes se infiltra, se reveste do novo, mas acaba ao leo. Parabéns Bruno e parabéns também para a Aline, Juliana, Pato, Elaine e Letícia.

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