A hora que não chega em Nova Iguaçu

sábado, 26 de março de 2011

por Yasmin Thayná

luminária da casa de yasmin thayná às 20:30

"Juazeiro do Norte apaga as luzes para ver um mundo melhor e cheio de estrelas. Brasil repete sucesso e bate recorde na Hora do Planeta 2011." Com essas frases, já se pode imaginar do que se trata.
Institutos, locais públicos, residências e pessoas preocupadas com o planeta aderiram hoje, das 20h30 às 21h30, a famosa "hora do planeta."


Salão de festas às 21:30 em Jacarepaguá


A hora do planeta é uma iniciativa da WWF Brasil com o obejtivo de resgatar a "saúde" do planeta, que tem sofrido graves problemas ambientais. Além da campanha ter um conceito trabalhado na militância ambiental, os 60 minutos no escuro rendem grandes festas. Na Lapa, Centro do Rio de Janeiro, uma grande roda de samba cantarolou, batucou e, como de costume, sambou. Porém, dessa vez, a favor da modificação da realidade de degradação e do jeito de agir.
 
 20h40 

No entanto, o planeta não é feito apenas de grandes metrópoles, 1.948 empresas, 20 capitais e 123 cidades. Nova Iguaçu está a cerca de 40 quilômetros do berço da boêmia e não participa da campanha. "Hoje eu passei em frente ao Paço Municipal de Nova Iguaçu e as luzes estavam acesas", afirma Lucas Vieira, de 19 anos, morador do bairro de Miguel Couto, que fica no mesmo município.
Paço Municipal de Nova Iguaçu

Alguns justificam a adesão à camapanha a um amadurecimento inerente à idade. "Eu era adepto do comunismo/socialismo quando mais novo, mas estou na campanha do dia do planeta desde o ano passado", conta Tiago, 20 anos, morador de Nova Brasília e estudante de matemática.

O discurso invade das redes sociais à televisão, com vinhetas que promovem o ato. No Facebook, existem vários tipos de "pessoas hora do planeta." Há aquelas mais críticas em relação ao que está sendo proposto e o que está em jogo.

Morro do Chacrinha


Brenner de Oliveira, 19 anos, morador de Nova Iguaçu e estudante de engenharia elétrica,  provocou ma polêmica ao ironizar em seu mural do Facebook: "Hora da planeta. Mais alguém?". "Eu não concordo com isso porque não enxergo como uma prática política-conscientizadora. Não obstante seja, é falha. A começar pelo nome. Vamos propor o mês do planeta? o semestre? o ano? a década? A consciência a cerca da sustentabilidade do planeta deve ser renovada a cada momento em que a Terra chora. Toda hora." A opinião de Brenner completa a denúncia de abastecimento à falsa campanha ao que se diz conscientizador. "Ajuda aos hipócritas se sentirem muito mais humanos em 60 minutos. A população vive da destruição que tanto condena. Não creio que funcione. As pessoas se esquecem no dia seguinte. É bem emblemática a ideia de que o mundo inteiro pseudoapagado por uma hora, mas essas ideologias devem ser incutidas nas pessoas através de campanhas diárias, e principalmente nas escolas", finaliza.


                                                                       Salão de festas às 21h30 em Jacarepaguá


Nova Iguaçu não constava na estatística que o WWF divulgou horas após o término do ato, porém há pessoas que participaram da escuridão conceitual na Baixada Fluminense. "Eu concordo com a hora do planeta pela proporção que toma, o que é capaz de gerar conscientização sobre o consumo e, sinceramente, não acho que funcione por uma hora. Mas a ideia é boa, acho que tudo tem um começo, e pelo menos pra mim, é um excelente inicio", garante Roberta Felyx, 18 anos, moradora de Austin e estudante de letras.


Única janela acesa num prédio às 21h em Jacarepaguá

A cidade de Nova Iguaçu não foi palco tampouco notícia do portal do WWF, assim como o Jacarezinho, Mangueira, Maracanã, Jacarepaguá, Vila Isabel, Cascadura, Madureira, Vaz Lobo, Oswaldo Cruz, Abolição, Quintino, Vila Valqueire, Bangu, Nilópolis, Mesquita e muitos outros lugares do Rio de Janeiro, não participaram do ato, o que talvez seja o suficiente para se estabelecer uma ideia da representatividade do ato e não do conceito original que se diz global a todo tempo.

Morro da chacrinha às 20:45

 "Pontualmente às 20h30, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, desligaram um "grande interruptor", cortando a iluminação do Cristo Redentor, da orla de Copacabana, do Arpoador, do Pão de Açúcar, da Igreja da Penha, do Castelinho da Fiocruz, do Monumento aos Pracinhas, do Jockey Clube e, é claro, dos Arcos da Lapa."

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