Cidade do Joca

quarta-feira, 22 de junho de 2011

por Rodrigo Caetano

Como de costume, acordei cedo na manhã do dia 20 de junho e levantei para ir à faculdade. No trajeto Belford Roxo – Nilópolis, pego dois ônibus e, no primeiro deles, percebi que as ruas estavam mais vazias do que eu costumava ver. De repente o motorista fala para um dos passageiros: “Hoje tá mais vazio e sem estudante porque é o feriado do ‘Joca’”. Caiu a ficha: era o aniversário da morte do Joca!

Pra quem não sabe, Jorge Julio da Costa dos Santos, mais conhecido como Joca, foi o primeiro prefeito de Belford Roxo, que se emancipou de Nova Iguaçu. Estava tendo um mandato exemplar quando foi assassinado com 11 tiros em 1995.


Eu moro em Belford Roxo há 10 anos e sempre ouvi muitas histórias sobre o Joca, coisas muito boas e também muito ruins. Já ouvi até dizerem que seu assassinato foi causado porque ele realmente queria melhorar a cidade, e a “máfia política” não pensava o mesmo. Sobre tudo isso não sei qual é a verdade.

Mas o fato é que ele é uma figura respeitadíssima na minha cidade. Muitos dizem que se ele estivesse vivo teria feito muito pela “Cidade do Amor”. Slogan que foi colocado no seu governo com o objetivo de melhorar a imagem do local, que por um relatório equivocado da ONU foi considerada uma das cidades mais violentas do mundo. Na verdade, o que acontecia era que assassinatos aconteciam em outras cidades e os corpos eram jogados em Belford Roxo. Ou seja, na hora de contabilizar tudo isso, os números iam para Belford Roxo.

Se o Joca realmente queria que a cidade crescesse através de uma boa gestão pública, seu desejo não se realizou ainda. Os poucos prefeitos que passaram pela cidade de apenas duas décadas de vida, não realizaram grandes feitos.

O problema que homenagens como feriados apenas se tornam pretextos para não trabalhar ou estudar em determinado dia. Sinceramente tenho esperança que a “cidade do amor” vai melhorar muito ainda. Mas para isso a autoestima da população deve melhorar, caso contrário vamos regredir mais e mais.

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