Prazer, Cultura

sábado, 18 de junho de 2011

por Joaquim Tavares

Olá a todos! Muito prazer, me chamo Cultura. Muitos me conhecem por vários de meus apelidos: esporte, música, dança, culinária, teatro, cinema... Aqui no Brasil tenho mais alguns desdobramentos e ainda sou conhecida como carnaval, futebol, capoeira, feijoada, samba, funk, e por aí vai.

O que muitos não sabem é que eu estou em todos os lugares e, na verdade, sou tudo. Tenho muito carinho por todos que me fazem e, ao mesmo tempo, são feitos por mim. Estou presente tanto nos lugares de mais requinte quanto nas ruas por onde pés descalços caminham. Não faço fronteira alguma, ando daqui pra lá e de lá pra cá. Não tenho preconceitos. Sou todos esses ao mesmo tempo.

Em certas situações, sou subjugada. Não me aceitam como sou. Não me validam. Eu me pergunto – “Por quê?”. Eu aceito todos como são, então por que não posso ser aceita como de fato sou? Por que não posso ser como eu quero?

Eu sou como eu sou, como me fazem. Eu sou o que já é. Não gosto de ser controlada, detesto isso! Surjo de onde menos se espera e apareço aonde eu quiser e como eu quiser.

Sempre ando acompanhada de muitos amigos. Adoro todos, mas tenho um amor muito grande, em especial, pela Educação. Nascemos praticamente juntas e passamos nossas vidas lado a lado uma da outra.

Não sou dominada, não domino... Apenas existo. Existo e existirei para sempre, ainda que eu me modifique um pouco com o passar do tempo. Já a minha essência, essa não muda. Serei sempre uma forma de alerta da sociedade e de suas vontades. Sou uma espécie de grito. Sou reflexo de tudo e de todos, até porque, também sou tudo e todos.

Não gosto de cerimônias. Não sou muito chegada a terno e gravata. Sou simples por natureza. Assumo amplamente minhas vestimentas e minha alma. Sou totalmente plural. Sou sutil e violenta. Selvagem e dócil. Dependente e independente. Condicionada e condicionante. Posso ser como eu quiser, ou como você quiser. No fim das contas, eu sou, e vou continuar sendo, o que sempre fui... Tudo.

Não preciso pedir que me aceitem, eu me faço na marra, no peito, se for preciso. Além disso, o simples gesto de não me aceitarem não faz com que eu deixe de existir, ele apenas me encoraja. Acabo, dessa forma, existindo com muito mais força, com muito mais ira e reclamações. Reclamações por justiça, por direitos que eu não peço – exijo!

Sendo “tudo”, infelizmente, também atendo pelo nome de pobreza, violência, fome, desemprego e todo tipo de dificuldades possíveis, mas eu não viro a cara para isso e não sinto nenhuma vergonha de ser assim. Quem deveria sentir são vocês, pois, nesse episódio, sou fruto das suas ações e, também, das não ações. Ainda sim, mesmo nesses casos, me faço forte e saio por cima. Supero todos os obstáculos; encontro neles força.

A minha maior mensagem para todos vocês, sem exceção, é uma só – Tenham cuidado! Cuidado com o que pensam em fazer de mim. Não pensem em me desfigurar. Não ajam de má fé. Não tentem somente me controlar. Não tirem a importância que eu tenho. Não se esqueçam do meu verdadeiro propósito, que é o de unir diferentes e respeitar suas diferenças, nunca calando nenhuma das partes. Todo esse cuidado que peço não é para minha proteção, mas sim para a de vocês. Eu sempre prevalecerei, vocês eu já não garanto.

Estarei sempre aqui, e aí também... E em todo lugar. Respeite-me e eu o respeitarei. Trate-me como se eu fosse uma filha sua, porque é o que sou. Sou, ao mesmo tempo, um filho, um pai ou uma mãe, um amigo próximo, sempre presente e, às vezes distante, posso ser um desconhecido simpático ou um penetra agressivo. Na realidade e no fim das contas eu sou tudo isso e muito mais. Eu sou você!

11 Comentários:

Hosana Souza disse...

SUPER CURTI!

Wanderson Duke disse...

Já até sei em quem você se inspirou para escrever nessa linha. O que não tira seu mérito de forma alguma. Arrebatador,meu caro. Um tapa na cara da politicagem excessiva e da marketização pluralizada da produção cultural como produto.
Bravo!

Jefferson Loyola disse...

Eu sou muito egocêntrico, e não sou de fazer essas coisas. Porém a matéria ficou tão perfeita, que tive que compartilhar no facebook. Ou seja, Joaquim Tavares, meus parabéns... O que ficou subentendido é o que faz a perfeição... Prazer, eu sou cultura, você é cultura, nós somos cultura.
"Não gosto de ser controlada, detesto isso!"

Jefferson Loyola

Déh disse...

Fenomenal.

Anônimo disse...

Obrigado, gent!
Acho q o q vale é isso msm, falar o q precisa c falado, querendo os outros ou ñ!

Vlw, + uma vez
Obrigado pelo carinho!

Ass .: Joaquim

dandara disse...

Muito bom, parabéns, adorei, Joaquim.

Humilhou !!!!!!!

Dine Estela disse...

Adorei também...

Gabriela Noel disse...

Parabéns Joaquim, adorei sua matéria! muito boa mesmo! achei muito bacana a forma como você poetizou a critica que fez!um grande beijo e mais uma vez, Parabéns!

Raize Souza disse...

Critica muito bem escrita.De uma forma que prende o leitor e o indigna contra quem quer prender a cultura kkk,sem contar que fechou o texto maravilhosamente. parabéns!^^

Anônimo disse...

+ uma vez, Obrigado pelos elogios. + do q isso, obrigado pela leitura q fizeram. Só esclarecendo, o mérito é td da Cultura, eu nd fiz!


Ass .: Joaquim

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