Transfusão lo-fi

quinta-feira, 7 de abril de 2011

por Vitoria Tavares


No último sábado dia 2, no estúdio improvisado em um apartamento no Leblon, entre intervalos de gravação do disco da banda Cretina, conversei com um dos caras mais sacados da cena roque na Baixada Fluminense: Lê Almeida, rapaz de 26 anos, com muitas coisas a dizer sobre música, roque e discos. Lê, juntamente com uma galera, diga-se de passagem igualmente esperta, legal e sacada, criou em 2004 o selo independente Transfusão Noise Records, que foge de tudo que você vê no já desgastado mercado musical careta de domingo.

O selo foi idealizado, segundo o próprio Lê, “para criar uma identidade que pudesse representar as minhas bandas e as dos amigos”. Desde sempre, Lê acha o máximo a ideia de selo independente. "Achava superlegal quando lia em uma revista que o disco tal de banda tal era independente. Foi aí que tive a ideia de fazer o selo 'para nós mesmos'”. No início, era o próprio Lê quem gravava tudo, mas com o tempo o pessoal foi embarcando e formando o coletivo.

Alma cheia

Rodrigo Caetano

Depois de meses (ou anos, em alguns casos) de estudo para passar no vestibular, milhares de jovens brasileiros começaram agora seu primeiro ano numa faculdade. Toda a família e amigos ficam felizes ao saber do resultado positivo. Mas será que o jovem de fato conhece bem o curso que irá fazer? No inicio dos vinte e poucos anos, todos procuram um lugar no mercado de trabalho. Deveria ser mesmo essa a motivação para se iniciar uma vida acadêmica?

Outro pensamento que os vestibulandos têm pode se traduzir em “o que importa é entrar”. E nessa linha acabam entrando em qualquer curso, mesmo não o conhecendo. Esse caso é muito comum entre os diversos calouros do curso de produção cultural no campus Nilópolis do IFRJ.

A dor de uma nação

por Fernando Fonseca

Pessoas se aglomeram na porta da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. Foto de Gabriel de Paiva/ Agência O Globo

O Rio chora em luto. Um luto proveniente de uma ação completamente doentia, onde crianças de doze a quatorze anos de idade são exterminadas dentro da Escola Municipal Tasso de Oliveira, em Realengo, na Zona Oeste do Estado do Rio de Janeiro, na manhã de hoje, sete de abril de 2011. No ocorrido, um ex-estudante, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, bem-vestido e sem levantar suspeitas, tirando proveito do processo seletivo que a escola estava fazendo com antigos alunos a propósito dos festejos dos seus 40 anos. Em poucos minutos, vinte e nove estudantes, de idades entre 12 a 14 anos, que se encontravam entre nos dois primeiros andares da escola, foram brutalmente atacados. Saldo provisório da estupidez: nove meninas e um menino foram assassinados.

Um mundo a ser editado

por Rodrigo Caetano

Ela é editora de vídeos, adora fotografar, é amante de redes sociais e está escolhendo seu vestido de noiva para se casar este ano. Essa é Josy Antunes, que começou sua jornada de formação pessoal e profissional muito por conta da Escola Livre de Cinema. Frequenta a igreja batista desde que estava na barriga de sua mãe. Seus pais trabalham com um buffet fazendo festas de aniversário e festas de casamento, mas nunca deixaram de investir na educação de Josy, que estudou até a 8ª série em escola particular e terminou o ensino médio na escola pública fazendo o curso de normalista.

Quando Josy começou a fotografar, pediu uma câmera ao pai, que comprou uma câmera de plástico analógica na época em que todo mundo estava usando uma digital. “Foi uma frustração, eu queria colocar fotos no Orkut como todo mundo na época e meu pai me traz uma analógica. Meu celular era preto e branco, tinha câmera ainda”, lembra Josy.

 
 
 
 
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