Quem sabe faz ao vivo

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Companhia de teatro mostra o que é que a arte do improviso tem de bom


Nesta terça-feira, dia 28, a noite do Encontrarte 2009 foi da Cia. de Teatro do Nada do Rio de Janeiro, com o espetáculo Improzap. Reunido há seis anos, o grupo trabalha com o estilo “impro”, um conjunto de técnicas desenvolvido pelo inglês Keith Johnstone, um professor de arte dramática cujos ensinamentos e livros se concentraram na improvisação teatral, projetando grande influência sobre a arte do improviso.

O espetáculo, descontraído, carregado de brincadeiras e muito bom humor, é muito mais trabalhoso do que se pode imaginar. É o que demonstra as falas de um dos integrantes da companhia, Vinicius Messias. “Nós começamos a pesquisar as técnicas do improviso há cerca de seis anos, que é mais ou menos a idade do grupo. Os espetáculos parecem só loucura, mas na verdade é necessário muito trabalho e pesquisa na criação”, afirma.

O Improzap é um espetáculo novo, que estreou este ano. Ele se caracteriza pela forma-longa de improvisação, ou seja, cerca de 20 minutos para cada história. Os improvisadores criam histórias cômicas inspiradas em vertentes dramatúrgicas nos estilos de Shakespeare, Brecht, Nelson Rodrigues, Tarantino, Ibsen, entre outros autores. Cada apresentação é única e as histórias jamais se repetem. Antes do espetáculo, os espectadores também escrevem títulos para as histórias, que serão sorteados e encenados na hora.

Vinícius afirma que é necessário uma pesquisa prévia árdua sobre os estilos que serão apresentados. “Por mais que não sejamos inteiramente fiéis às obras dos autores que escolhemos, temos que nos aproximar bastante para que o público reconheça a proximidade. É nisso que está a graça”, diz. Além dos atores-jogadores, também compõem o espetáculo o apresentador e os improvisadores do som e da luz que dão um toque especial ao trabalho.


Na noite de ontem, a plateia foi premiada com histórias baseadas em Nelson Rodrigues, Quentin Tarantino e Shakespeare. A estudante Suellen Isidoro foi conferir a sessão da noite e saiu do espetáculo fã da Companhia. “Eu adoro improvisação", diz a estudante. "Já tive contato com alguns trabalhos pela internet como o Zenas Emprovisadas e os Improváveis, mas nunca tinha visto assim, ao vivo. Foi uma experiência muito agradável. Eu morri de rir”.

O improvisador Vinícius alertou ainda para a importância dos espectadores nesse tipo de espetáculo. “Precisamos da interação constante com o público, porque eles é que vão conduzindo a peça em certa medida. Tudo é escolhido por eles. E a propósito, gostaria de dizer que Nova Iguaçu foi uma plateia bastante talentosa hoje!”, contou rindo.

A Cia. De Teatro do Nada faz diversas apresentações em todo o estado. Para saber mais informações do grupo, acesse: http://www.teatrodonada.com.br/

Missão Imposssível: Parar de rir

Cia Teatral Comédia Brasil apresenta esquete no SESC e diverte o público.

Quem foi ontem ao SESC de Nova Iguaçu assistir ao espetáculo Cabeça De Vento, de Bia Bedran, se surpreendeu com três militares no salão de entrada, fazendo uma varredura no local atrás de um meliante chamado Gordo. Seus nomes eram general Guerra, major Topeira e soldado Valente, que estavam cumprindo ordens: executar a Missão Impossível.

Trata-se da Cia Teatral Comédia Brasil, que foi um dos grupos de esquetes escolhidos para realizar intervenções performáticas antes dos espetáculos. Sob a direção de Evandro Rocha, que é também o soldado Valente, e com mais dois atores, Francielle Santos, 24 anos, que interpretou o general Guerra e Felipe Souza, 24 anos, o major Topeira, a Missão Impossível contou rapidamente a história de um grupo de oficiais designados para a tarefa de salvar a população de um mal que a está atacando.

“O tempo todo nós falamos 'vamos matar o Gordo, porque ele é perigoso' e fazemos o maior suspense”, conta Evandro, que abusou do bom-humor para fazer com que sua plateia se interessasse pela história que já teve seu nome e elenco mudado inúmeras vezes. “A peça já contou com muitos atores, mas eu não abro mão do meu papel de soldado Valente. O Rambo brasileiro”, brinca.


Por fim, depois de muita trapalhada, eles conseguem realizar sua árdua missão de prender o Gordo, que, para surpresa geral, é um rato. "Eu achei a peça muito interessante e engraçada. Eles são muito bons", conta Barbara Torres, de 17 anos, que aprovou a apresentação.

A Cia Teatral Comédia Brasil está com essa peça há 14 anos, arrancando boas risadas do publico por onde passa. Os ensaios são realizados na casa do autor, que também é professor de teatro. “Como somos quatro - a atriz Rosa Santos também faz parte do elenco, mas não pôde participar da apresentação no SESC -, o ensaio é na minha casa, mas se chegar mais alguém querendo 'entrar na dança', nós contamos com o Espaço Sylvio Monteiro para ensaiar”, conta Evandro.

Apesar do sucesso da peça, a Cia quer alçar voos mais altos. Eles estão produzindo dois longa-metragens: A Invasão e Deu Águia Na Cabeça, cujas histórias também prometem muita diversão aos espectadores.

 
 
 
 
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