Paixão fantástica

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

por Josy Antunes

Sentado ao centro da mesa de abertura da III Conferência Municipal de Cultura, entre representantes da Câmara Municipal, do Conselho de Cultura, da Prefeitura, da Secretaria Municipal de Fazenda, da Secretaria Estadual da Cultura e do Ministério da Cultura, estava o escritor e cineasta Marcos Vinícius Faustini, atual Secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu. “Quero iniciar minha fala fazendo uma declaração de amor aos militantes da cultura na cidade”, disse ele, quando lhe concederam o microfone.

Como de costume, Faustini trouxe à tona o realizador, capaz de dialogar como conhecedor das questões culminantes, que teimam em permanecer contra os agentes culturais. Ele relembrou sua entrada na secretaria quando, ao solicitar uma reunião com artistas da cidade, foi alertado para que tivesse cuidado. “Eu quero discutir olho no olho. Sou artista, não tenho medo de discutir com artista”, exclamou, fazendo uso da frase dita na ocasião.

Alegando que os colegas já haviam dito tudo aquilo que era prioritário, Faustini se dispôs a fazer novas provocações, saindo do discurso formal. “Eu tinha planejado fazer dela a minha despedida do governo”, confessou, assustando o público que superlotou o teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro na abertura da Conferência Municipal de Culura. “Mas a gente ainda não terminou tudo que a gente se comprometeu a fazer”. Dentre os processos inacabados, Faustini citou a conclusão da institucionalização dos editais e a territorialização do orçamento de cultura, que fará com que os bairros longe do Centro também sejam beneficiados.

“A gente tem hoje a juventude dentro da secretaria, tem gente sendo apoiada em vários cantos da cidade, onde a politica cultural não chegava”, comemorou o secretário, reforçando: “Eu acho que os artistas mais antigos têm que fazer essa reflexão, porque já estavam aqui e não deram conta disso”. E para ilustrar suas afirmações, Faustini propôs que aqueles que o ouviam olhassem a sua volta, observando cada pessoa. “Olha a cara de cada um que tá aqui”, induziu ele. “Essa é a cara de Nova Iguaçu. Essa é a cara da cultura hoje no país!”

Depois de resgatar conquistas alcançadas pela cultura e todos os que estão nela envolvidos, citando a “árvore grávida” - cuja matéria produzida por alunos da Escola Livre de Cinema foi ao ar recentemente no programa global “Fantástico” - Marcus Vinícius Faustini bradou com bom humor, sob fortes aplausos: “Somos mais fantásticos do que o Gabriel García Márquez imaginava que era possível existir na América Latina”.


 

Vale a pena

por Larissa Leotério

Quem também esteve presente na mesa de abertura da III Conferência Municipal de Cultura foi o Secretário de Fazenda de Nova Iguaçu, o vereador licenciado Carlos Ferreira, o Ferreirinha. Ele, que foi um grande colaborador dos Pontinhos de Cultura, não poderia deixar de falar sobre as relações entre as secretarias.

O secretário se sentiu ainda mais motivado a participar do processo cultural de Nova Iguaçu depois de ver a presença dos jovens e das mães na pré-conferência de Nova Era, na noite da última terça-feira. “As pessoas tiveram vontade de opinar, não acham mais que não vale a pena”.

Além disso, Carlos Ferreira diz ver com clareza a necessidade do incentivo à produção cultural feita com dinamismo.

Oportunidade incrível

por Larissa Leotério

Conferência de cultura tem que ser fundamental na agenda do eixo estratégico da cidade”, defende Maria Antônia Goulart, a coordenadora do Bairro-Escola. Ela acredita que a cultura promove a transformação cotidiana e que a discussão é o ponto de partida.

Trazer para a Conferência Municipal de Cultura debates como institucionalização e participação ativa no Conselho de Cultura, torna construtores da política democrática da cidade as pessoas que antes ficavam sempre nas mesmas reclamações e lembrando dos mesmos problemas. “A institucionalização dos grupos que já tinham trabalho, mas que não tinham as inúmeras certidões, comprovantes e outras burocracias é uma luta que está sendo ganha no dia-a-dia”, conta Maria Antônia.

Esta parceria, de governo e sociedade civil, está sendo consolidada e sendo bem recebida pelos artistas. “Temos agora condições de repassar e dar acesso aos recursos, para continuar avançando”, comemora a coordenadora de um dos projetos mais bem sucedidos do governo.

Ao som do berimbau

por Josy Antunes e Larissa Leotério



Enquanto os participantes da III Conferência Municipal de Cultura deliciavam-se com cachorros-quentes, aguardando a divisão para os 5 eixos de discussão, aproveitamos para fazer um pequeno registro audiovisual do encontro.
Pelos espaços e corredores do Sylvio Monteiro, representantes de diversas linguagens da cultura, não só de Nova Iguaçu, concentravam-se, falando a respeito do que acabara de ser discutido dentro do teatro. Próximo a ele, em frente a uma mesa repleta de peças do artesão Coab, o próprio, juntamente a Dida Nascimento, trazia a capoeira através das cordas dos berimbais.

Quadrilhas ignoradas

por Jefferson Loyola e Larissa Leotério





Com a abertura da 3º Conferência Municipal de Cultura, iniciaram-se os debates em cada um dos eixos temáticos propostos pelo Conselho Nacional de Política Cultural para descobrir o melhor meio de lidar com os assuntos existentes, construir e interferir na cultura de Nova Iguaçu. Produção Simbólica e diversidade Cultural, o primeiro eixo da conferência, teve como foco as produções de arte e bens simbólicos, promoção de diálogos interculturais e convenção de diversidade. Trata-se de facilitar a produção, distribuição e consumo de bens culturais, juntando identidade com diversidade.

“Tem que se ter versatilidade”, disse Daiana Santana. Uma das integrantes do projeto Mais educação, ela que acredita que, de um modo geral, a cultura é versátil e diversa, misturando dança, teatro e música, entre outras coisas. Um dos grandes pontos discutidos dentro do eixo foi “Diversidade Cultural = Diversidade de linguagem”, durante o qual ficou claro que, mesmo não sendo a mesma coisa, as duas andam juntas. Diversidade de linguagem está inserida no contexto de diversidade cultural, apresentando como você irá expressar o que está pensando.



Vanguarda cultural

por Larissa Leotério



“Nova Iguaçu está na vanguarda cultural do estado do Rio de Janeiro”, afirma o Secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu, Marcus Vinícius Faustini. Essa ousada convicção tem como base as inúmeras ações culturais em curso no município. São essas ações estão sendo discutidas e construídas durante a III Conferência Municipal de Cultura.

Uma das ações que corrobora a mudança da imagem de Nova Iguaçu é a implantação do programa Pontinhos de Cultura, uma parceria entre o Bairro Escola e o Governo Federal. “Somos o único município a ter uma ação em larga escala”, orgulha-se o secretário. Além da amplitude do programa, que está sendo implantado em cerca de 60 escolas municipais, uma das virtudes desse programa é o fato de ele estar contemplando agentes culturais, em seus territórios, seus bairros de atuação.

Desenvolvimento sustentável é cultura

por Dariana Nogueira

O eixo 3 da III Conferência Municipal de Cultura, coordenado por Egeu Laus, colocou em foco a importância estratégica da cultura no processo de desenvolvimento da cidade. De uma forma bastante sistemática e organizada, Egeu expôs um breve estudo sobre os significados das temáticas mais amplas apontadas no eixo e os conceitos que permeiam essas áreas interligadas entre si, além de suscitar propostas referentes à cultura e ao desenvolvimento sustentável, exigindo a participação dos presentes.

Um dos adjuntos da Secretaria de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu, Egeu Laus falou também da transversalidade da cultura, integrando campos distintos e secretarias diferentes. "Quando se criam projetos que unem cultura e saúde, há uma probabilidade muito maior de a proposta ser levada adiante justamente por ser implementada uma força maior para a sua execução", exemplificou ele, para quem este ponto tem se tornado cada vez mais fundamental no processo de construção de políticas públicas eficientes.

A diferença do artista

por Larissa Leotério

A representante do Plano Estadual de Cultura foi a superintendente de Artes Eva Doris Rosental, que defende uma política cultural específica para a Baixada Fluminense. "Principalmente porque o município Nova Iguaçu foge do parâmetro, que tem apoio do governo e empenho da secretaria", afirmou.

A representante do estado reconheceu a dificuldade de elaborar um diagnóstico, já que cada município tem sua própria configuração. "Daí a necessidade de que seja um plano cíclico, vivo, que possa atender às necessidades dos dez anos em que o plano vigora."

Além disso, o Plano Estadual de Cultura conta com os indicadores oferecidos pela sociedade civil, tornando o processo mais dinâmico. "Tanto na área setorial, que são as artes cênicas, os museus e o ausiovisual, quanto na área estruturante, que é a parte da formação do agente e do produtor cultural."

Abertura em grande estilo

por Dariana Nogueira

Está aberta a III Conferência Municipal de Cultura de Nova Iguaçu.

Hoje por volta das 10:30h no Espaço Cultural Sylvio Monteiro foi dado início ao evento que irá discutir as medidas e propostas que a cultura tem melhorar a vida na cidade de Nova Iguaçu, além de preparar os ânimos para II Conferência Nacional que acontecerá em março do próximo ano.

Compondo a mesa de abertura, representantes dos mais importantes segmentos políticos marcam presença. Como muito atentamente notou a representante do Ministério da Cultura Ana Lúcia Prado, "a mesa expressa a aliança entre as representações políticas mais significativas para o evento": o vereador Berriel - representando a Câmara; Jorge Cardozo - do Conselho de Cultura; a primeira dama Maria Antônia - coordenadora do programa Bairro Escola e representante do prefeito Lindberg Farias, juntamente com Marcus Vinícius Faustini - Secretário de Cultura de Nova Iguaçu e Carlos Ferreira - secretário municipal de fazenda - representando o município; Eva Dóris - representando a Secretaria Estadual de Cultura e por fim, a já citada Ana Lúcia Prado - representando o Ministério da Cultura.

 
 
 
 
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