por Tony Prado
Uma trama de poesia russa, teorias freudianas e humor brasileiro. Uma história onde a princesa Anastácia Romanov se encontra com seu filho perdido no Amazonas, dentro de um bar, típico de cidade de interior nordestino, traçando para sempre uma história de amor e ódio entre Marinalva Revólver e Paco. O que isso tudo pode ter em comum? A resposta se encontra no fantástico espetáculo “Traças da Paixão”. Muito além de uma peça teatral, Traças da Paixão, de Alcides Nogueira, trata de um incomum encontro entre Marinalva Revólver (Lucélia Santos) e Paco (Maurício Machado), num momento inusitado da vida da protagonista, onde desejos incomuns e frases mal formuladas fazem um cenário perfeito para uma das melhores tragicomédias da atualidade.
“E eu fico imaginando, que, de repente, ele vai cruzar por esta porta, como se nada tivesse acontecido, e como se soubesse de tudo” - é o enredo perfeito para que o sádico Murphy agisse na vida de Marinalva e a fizesse mudar todo seu cotidiano, destruindo a paz que conquistara depois de desventuras em desbravamento a um Brasil receptivo e surpreendente. A história gira em torno de Marinalva, que, na procura de Paco, seria a princesa Anastácia Romanov, herdeira do trono Russo que supostamente teria escapado do massacre feito pelo exército vermelho contra a família do Czar Nicolau II, seu pai, e parado no Brasil, na região da Amazônia. Paco, por sua vez, era um andarilho errante, que entre suas histórias e lembranças, seria o filho de Marinalva, perdido outrora na Floresta Amazônica e estaria em busca de sua mãe.