A morte com um olhar divertido

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

No segundo dia do Encontrarte a Companhia de Arte Popular encanta as crianças com o espetáculo “A incrível peleja de Simão e a morte”


O palco estava montado, nada alem do hall de entrada para o teatro do Sesc. O público estava disperso a espera da abertura das portas, quando de repente teve inicio a segunda intervenção do ENCONTRARTE 2009: “A incrível peleja de Simão e a morte”. O que esperar de uma cena com esse nome? “Talvez todos estejam de preto”, disse Thalita Cardoso, de 16 anos. Mas a arte também entretém, educa e principalmente surpreende. A peça teve um Jesus na perna de pau, um caboclo bom de papo e uma morte com flores na cabeça. Desta forma, a Cia de Arte Popular conquistou todos aqueles olhos, antes distantes, e que a partir daquele momento, se voltavam para o desenrolar do espetáculo.

“A incrível peleja de Simão e a morte”, é um espetáculo inspirado no cordel de mesmo nome. A peça se baseia na historia do caboclo Simão que não quer morrer. Chegado o dia de sua morte, com 30 anos de idade, ele tem a oportunidade de conversar com Jesus e pedi-lo mais 30 anos de vida, alegando ser um homem bom. Jesus concede, mas quando a morte vem o buscar ele tenta novamente trapacear, mas ela o engana.

Um espetáculo premiado, que brinca com o desejo universal dos seres humanos de evitar a morte, foi escolhido no ano passado como o melhor espetáculo de cultura popular pela Universidade Veiga de Almeida. Este ano, ganhou a medalha de prata em uma disputa de peças em Rio das Ostras. Há dois anos a historia de Simão vem sendo comentada no Rio de Janeiro, e já foi contada em diversos municípios da Baixada Fluminense, da Região Serrana e da Região dos Lagos, rodando teatros e escolas.

Todos os integrantes da Cia de Arte Popular são professores e animadores culturais em escolas do estado do Rio de Janeiro. Eles se conheceram durante uma ação cultural em uma praça de Duque de Caxias, que tinha atividades para trabalhar o teatro com as crianças do município. Desde então o grupo não parou. Com onze anos de historia, a companhia tem apenas cinco integrantes, que escrevem, atuam, fazem os figurinos e ajudam na preparação da trilha sonora.

O integrante e fundador da companhia Cesário Candhí, comentou sobre a segunda participação da companhia do Festival de Artes Cênicas da Baixada Fluminense: “Foi mais do que interessante, se tornou engraçado. Estávamos com medo porque no horário tinha muitas crianças pequenas. Nós usamos uma linguagem coloquial adulta e falamos da morte. Mas quando a Nancy se apresentou, dizendo ‘Eu sou a morte’, ao invés delas ficarem com medo, elas caíram a rir”.

O grupo estará no dia 9 de outubro, às 15h, com a peça infantil “Lixo no lugar errado, to fora!” e às 19h com “A incrível peleja de Simão e a morte”, em apresentação única no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. Vale a pena conferir!

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