Confiança das mães

sábado, 10 de outubro de 2009

por Larissa Leotério

Foi um socorro na hora certa”. Assim que chega, é o que conta o senhor José Evelino da Costa, presidente da Associação dos moradores de Jardim Laranjeiras. O líder comunitário teve seu projeto, que já funciona há três anos, contemplado pelo Pontinho de Cultura, uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu e o Ministério da Cultura que distribuiu R$ 3 milhões para ações culturais nas escolas municipais de segundo segmento.


“A sede do projeto, a Associação, existe desde 29 de março de 1986”, diz com precisão. Ele, que está lá desde a fundação, fala das lutas pelos melhoramentos do bairro, como iluminação, saneamento básico e o Ciep. Outra bandeira levantada pela associação foi a luta contra a privatização da E. M. Darcílio Ayres Raunheitti, da qual vão sair os jovens atendidos pelo seu projeto. “Os moradores foram às ruas em protesto e impediram o processo”, diz o líder comunitário. “E hoje, quem se beneficia com isso são os nossos jovens”.

Seu José anda bastante satisfeito com o governo atual, que, antes de financiar seu Pontinho de Cultura, calçou as ruas e levou saneamento até Jardim Laranjeiras. Também chegaram a sua associação cursos de panificação e trabalhos com a palha da banana, mas esses últimos tiveram que ser interrompidos por causa da falta de recursos e apoio.

Com o Pontinho de Cultura, a associação de moradores poderá atender mais jovens e, finalmente, ter estrutura para receber os jovens dos bairros próximos. “Nosso professor trabalhou esses três anos, com muita dedicação, e nunca recebeu um centavo”, diz. Também está nos seus planos usar os recursos do projeto para dar aos alunos mais graduados a oportunidade de ensinar os iniciantes. “Isso abre caminho pros que queiram tornar a capoeira profissão”, comemora.

A proposta deste Pontinho em Jardim Laranjeiras é trabalhar com as crianças da Escola Municipal Darcílio Ayres Raunheitti, além dos outros quase cem alunos que já participam do projeto. “A gente se sente bem sabendo que as mães confiam na gente. Sabem que os filhos estão lá na associação e ficam despreocupadas”, conta seu José, ressaltando que é melhor que elas estarem nas ruas, aprendendo o que não deve.

Seu José diz que é possível perceber muito rápido o que a capoeira faz pelos jovens. “Em pouco tempo, os alunos melhoram na disciplina, demonstrando um profundo respeito pelo professor”. Às vezes, até mais que pelo próprio pai e a mãe deles.

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