Navegação da vida

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

por Mayara Freire


Um dos 37 projetos aprovados pelo Fundo Municipal de Cultura foi o livro “Poesias em Canto do ser”, uma experiência concretista com seis capítulos, 48 poemas e 12 ilustrações feitas pelo autor e por amigos seus. O autor da proeza é o professor de sociologia Henrique Souza, que, embora tenha se apaixonado pela poesia ainda na infância, está publicando agora sua primeira obra.

A proposta de Henrique Souza é valorizar as palavras como expressão humana cujos significados dão sentido a coisas materiais e imateriais. O poeta também procura, nos diversos tons da palavra falada e vivida, traduzir as dimensões temporal, sensorial, social e afetiva do ser. “O livro é uma síntese de toda minha vida de poesia, que se iniciou aos 14 anos”, resume.

“Os deslumbres que as pessoas têm quando se deparam com sentimentos e emoções” estão presentes na obra de Henrique Souza desde os primeiros poemas, escritos durante a adolescência. “Sempre procurei expressar uma nova forma de ver as desilusões”, revela o poeta.

O texto do poeta só fez amadurecer com as inevitáveis mudanças no campo de visão decorrentes do estudo da sociologia e da filosofia. “Passei a refletir sobre os sentidos do ser dentro do tempo e esse trânsito da navegação da vida, com encontros e desencontros”, conta o poeta, cujas principais referências são os consagrados Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, João Cabral de Melo Neto e Machado de Assis.

Henrique Souza gosta de levar poesias, sejam elas de sua autoria ou do repertório clássico brasileiro, para a sala de aula para ajudar seus alunos a fazer uma interpretação melhor da realidade. “A poesia é um meio de livre interpretação”, acredita.

O lançamento do livro, previsto para o início do próximo ano, será acompanhado de uma instalação na entrada do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, baseada no primeiro capítulo do livro. “O público terá que passar dentro dela e poderá entrar em contato com os cinco sentidos, separadamente”, antecipa o autor, que venderá o livro a preço de custo e distribuirá 100 dos 1.000 exemplares da edição para bibliotecas municipais.



Gosto
do imprevisível
do inesperado
da imagem
que
forma-se
com
palavra
ou vida
mais que sentida
entre comuns.


[Henrique Souza]

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