Cabeça feita

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

por Michele Ribeiro e Luiz Gabriel

Trançar cabelo é uma técnica antiga, trazida pelos povos africanos, que vem ganhando cada vez mais adeptos entre os jovens com suas variações nagô, rastafari e dreadlocks. Muitos dos jovens que curtem hip hop são fãs dessas técnicas e adotam o mesmo estilo de cabelo para serem reconhecidos pelo grupo. “Chegaram a me chamar de patricinha do rap depois que comecei a usar tranças black”, conta a estudante Natália.



A trança nagô é feita junto ao couro cabeludo e permite a criação de vários desenhos. Pode ser feita até a metade da cabeça ou na cabeça inteira, com o cabelo natural e com aplicação de outros fios, naturais e artificiais. “Há muitas possibilidades de desenho e existe também o nagô invertido”, ensina a cabeleira Adriana.

Outra moda nos cabelos é dread, outra forma de afirmação da identidade negra e da cultura africana. Mas seus adeptos precisam entender o penteado e tomar muitos cuidados para mantê-los sempre saudáveis e fortes. “Antes de tudo é preciso ter paciência”, acrescenta a cabeleireira. “Não é da noite para o dia que os dreads ficam prontos”.

Outra tendência muito em voga nos cabelos dos jovens são os tererês. Os fios coloridos dessa moda criada com o movimento “new wave” do início da década de 1980 têm a vantagem de dar um visual alegre e poderem ser usados em qualquer cabelo. “Tinha nove anos quando pintei pela primeira vez”, conta a estudante Vicky, que adora chamar a atenção das pessoas com um visual que lembra os cantores Cyndi Lauper, Avril Lavigne, Jeffree Star. “Desde então, já pintei mais de 20 vezes.”

Uma grande preocupação dos jovens que curtem esse visual é a reação dos pais e parentes próximos, que nem sempre aprovam os visuais mais modernos. “Mas aos poucos eles vão aceitando esse estilo exótico”, lembra Vicky, que tem grande admiração pelos pais, que aprovam e até participam da brincadeira.