por Joaquim Tavares
Nascida em 1930, a Copa do Mundo é um evento único, não comparado a nenhum outro. Ainda que as Olimpíadas tenham grande repercussão mundial, o brilho da Copa não é ofuscado por nada. Leva-se em consideração, ainda, que a Copa do Mundo é baseada em cima da prática de um único esporte, o futebol, enquanto nas Olimpíadas atualmente são disputadas mais de 30 modalidades esportivas.
De quatro em quatro anos todo o globo se volta para os campos de futebol, até quem não gosta do esporte acaba fazendo parte do acontecimento de alguma forma. É um sentimento que toma a nação e ninguém está ‘seguro’ perante a sua força.
Ruas são pintadas, bandeiras são erguidas nas fachadas das casas, bolões são feitos em todos os locais possíveis. Tudo ganha um novo ar, um novo espírito, uma nova cor – ou melhor, duas: o verde e o amarelo.
Em 2010, o Mundial, que já está sendo disputado na África do Sul, ganha um contexto social muito forte. Pela sede ser um país que já foi vítima de grandes fatos sociais negativos que marcaram a história, a conscientização para o fim desses problemas é ainda maior e a comoção é coletiva.
Os jogos serão realizados em 9 cidades (Joanesburgo, Cidade do Cabo, Durban, Pretória, Port Elizabeth, Bloemfontein, Rustenburg, Nelspruit e Polokwane) e essas servirão como um caldeirão que irá juntar as mais diferentes culturas, tá aí mais uma grande importância da Copa do, a ‘aproximação’ do mundo.
Viver com as diferenças
A África do Sul é um país que teve que reaprender a viver com o Apartheid, com duas realidades diferentes, com dois lados diferentes, com dois ‘países’ diferentes dentro de um só: o branco e o negro. Tal país ser sede de uma Copa do Mundo tem uma importância imensa, a de que se deve viver com as diferenças e aceitá-las. Algo ser diferente não sugere que seja errado ou certo, é apenas diferente e ponto!
O futebol, no meio de todo esse contexto, hora e meia perde um pouco da sua importância e dá lugar para a conscientização, para a preocupação pelo mundo e por aqueles que o habitam. Como viver com as diferenças não só durante, mas também depois da Copa do Mundo? Não se podem esperar quatro anos para que esse comportamento se efetive. No próprio time da África do Sul, existe um detalhe curioso que faz refletir: seus jogadores são todos negros, com uma única exceção. Será que isso não quer dizer nada? Como deve pensar esse jogador que é a exceção?
Um fato irrefutável é que a Copa do Mundo serve para juntar ainda mais uma nação, que esquece suas diferenças e atritos por um momento e caminha em prol de um objetivo único.
Trinta e dois países, 32 seleções, 32 nações, um único objetivo – ser campeão. O sonho é que um dia essa sentença possa ser: 32 países, 32 seleções, 32 nações, um único ideal – o mundo.
Ao fim do grande torneio um único país sai campeão, mas isso não impede que todos possam sair como vencedores!
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