Sem restrições

terça-feira, 8 de junho de 2010

Por Tony Prado


Nova Iguaçu foi palco de mais uma convenção de anime, o divertido Anime Shinta, no último domingo, dia 06 de junho, no Centro Cultural Sylvio Monteiro. Produzido por Marcelo “Shinta” desde 2003, o evento reúne as mais diversas características do mundo japa para o entretenimento do público otaku. Até aí tudo bem, mas do que esse cara ta falando? É simples, como disse o célebre amigo Jack: “vamos por partes”. Anime (ou animê) é uma seleção de desenhos animados japoneses que seguem um roteiro contínuo, ou simplesmente desenho no Japão. Teve sua origem depois do fim da Segunda Guerra Mundial, depois que a população japonesa teve com a cultura norte-americana, mesclando seus conceitos, aparência e estilo “pop” que se trazia na época.


Hoje, no Brasil, os animes viraram uma febre entre o público jovem, trazendo cada vez mais uma variedade de histórias divertidas com os traços caricaturizados de nós ocidentais com olhos enormes e roupas engraçadas. Os animes formam uma verdadeira salada de temas e personagens, desde menininhas com poderes mágicos a batalhas épicas de robôs gigantes. Graças a algumas emissoras nacionais, os animes caíram no gosto dos telespectadores brasileiros. São divulgados em grande escala, inclusive em sua linguagem original. Afinal, quem nunca ouviu falar do “Goku”, no anime Dragon Ball, ou o famoso “Seiya de Pégasus”, no anime Saint Seiya e os Cavaleiros do Zodíaco? Muito difícil! Ao menos se focarmos na geração 80.

E foi exatamente daí que se formaram as convenções de anime, que ficaram famosas pelo Rio de Janeiro, incluindo a Baixada Fluminense, com o Baixada Anime, e Nova Iguaçu com o Anime Shinta. Nesses eventos acontecem verdadeiros espetáculos, quase como se estivéssemos dentro de um anime muito louco. Podemos ver um festival de fantasias, conhecidas como cosplay (costumize player), que são pessoas que se vestem de um determinado de personagem de anime de que são fãs. Além de videogames, jogos de carta, RPG’s, danças e apresentações de animes.

Segundo o produtor, Marcelo Shinta, o Anime Shinta foi de extrema importância para as pessoas que curtem a cultura japonesa e não tinham a opção de nenhum evento na região da Baixada Fluminense, tendo sempre que se deslocar para lugares mais longe, o que era uma grande desvantagem para as crianças que queriam ir aos eventos mas não tinha a disponibilidade dos pais. “Os maiores eventos de anime e cultura japonesa sempre acontecem no centro da cidade ou em bairros afastados na Zona Norte do RJ. Quem não pode sair de Nova Iguaçu ou tem dificuldade para ir para lugares mais distantes, não tinha opção e acabava perdendo todos os eventos. O Anime Shinta foi importante porque conseguiu integrar e reunir todo esse público maravilhoso que gosta de animes e que aprecia a cultura japonesa”, comentou Marcelo.

Público receptivo
Uma prova da crescente procura pelos animes e da força do Anime Shinta foram os stands e profissionais do desenho artístico presentes no evento com força total, como o Grupo 7SEVEN, curso de computação gráfica e a turma acalorada do desenhista Pablo Ramon, 21 anos, professor do curso Índigo. “O público de Nova Iguaçu é muito receptivo para o trabalho visual e especialmente os fãs de animes, porém a região é muito carente de recursos que eles possam ter para participar de um evento como esse. Muitas pessoas, na maior parte jovens, querem aprender a desenhar ou trabalhar com o desenho gráfico para o lado dos animes e não tem onde procurar.

Por isso é importante a presença do grupo num evento como o Anime Shinta para poder somar a diversão com uma maneira de se fazer parte do próprio evento”, disse Leila, do Grupo 7SEVEN. “Muita gente nos dias de hoje está deixando a arte do desenho de lado, por isso acho importante participar e incentivar um evento como o Anime Shinta para trazer as pessoas de volta para esse mundo mágico. O Anime Shinta é um dos únicos eventos de anime na baixada e por isso ganha uma responsabilidade muito grande e uma importância ainda maior em termos de cultura da região porque o público, agora focado em assuntos de computador, está perdendo muito o interesse nessa área e perdendo o contato com a arte. Eventos como o Anime Family ou o Anime Center demoram muito pra acontecer e o Shinta, como é mensal, ganha um peso muito maior no que diz respeito à responsabilidade cultural”, completou o professor Pablo.

Muita coisa rolou no Shinta (sinto muito a quem não foi, pois perdeu muita coisa legal), desde o xadrez até o “Animeokê”. Sim! Um karaokê com as músicas mais famosas das animações japonesas, com direito até a prêmio para o melhor cantor. Entre as músicas “Pegasus Fantasy” (Saint Seiya), “Chikyuugi” (Saint Seiya), “Futatsu No Kodou To Akai Tsumi” (Vampire Knight) e Undo (Fullmetal Alchemist), que foi a música interpretada pelo vencedor do Animeokê, Renato Geiger, de 17 anos. Na realidade até um jovem repórter maluco (eu) acabei contagiado no clima do Anime Shinta e arrisquei cantar uma das músicas e descobri que preciso treinar um pouco mais meu japonês antes de tentar participar novamente (risos).


Com risos e muita alegria, o Anime Shinta conquistou um público extremamente variado, de várias faixas etárias, incluindo pais se divertindo com seus filhos e usando, como eles, representações de cosplay, como a bandana do personagem Naruto, sendo uma diversão sem restrições.

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