por Josy Antunes
Cristiane Brás, diretora da ELC - Imagem extraída de http://apalpe.wordpress.com/ |
Juliane Mello - Imagem extraída de http://apalpe.wordpress.com/ |
No meio do público apertado que se abanava com as cédulas de voto do jurí popular, era possível ouvir bem baixinho, durante a defesa de Yasmin Thayná, roteirista do vídeo-arte "Guia da Periferia Afetiva", a poeta iguaçuana Ivone Landin dizendo e suspirando: "Tinha que ser minha aluna...". A professora de Yasmin, assim como cada pessoa presente, tinha um importante poder em mãos: O de conceder R$250 a uma dupla vencedora. "O prêmio é um incentivo. Pra que vocês possam comprar uma fita, ou, quem sabe, uma tinta nova pra pintar o corpo", brincou o cineasta Marcus Vinícius Faustini, idealizador do Apalpe, juntamente com a pesquisadora e escritora Heloísa Buarque de Hollanda.
O curta "Meu primeiro beijo", roteirizado por Marina Moraes e animado por Andreia Marcelino, produziu um dos momentos mais bem-humorados da sessão. A animação faz uso de um boneco Ken como "ator base". "Eu me inspirei num vídeo de 20 segundos da minha filha", relata Andreia, 31 anos, sobre o vídeo em que Ken e Barbie se encontram e se beijam, produzido por sua filha de 11 anos. A referência ao universo infantil ocorreu após testes com desenhos e fotografias. "Fiz experiências com os três", explica ela, que mostrou cada uma das tentativas ao professor de animação, o fotógrafo Clayton Leite, que optou pela terceira. Além do boneco, Andreia Marcelino juntou elementos do cinema mudo: Granulações nas imagens e cartelas. "E fiz 15 a 20 cenários em desenho", lembra Andreia, que ministra aulas de histórias em quadrinhos numa escola estadual em Belford Roxo. A partir da experiência com animação, Andréia conta que, sempre que possível, leva câmeras digitais e insere audiovisual na aprendizagem de seus alunos.
Entre as apresentações, a timidez de "primeira viagem" fazia com que roteiristas e animadores intercalassem na defesa de seus projetos. Cada filme possuía um membro mais corajoso que se aventurava a se posicionar diante do grande público. "Eu estava nervosa, preferi não falar", confessa Fabíola Loureiro, 19 anos, moradora de Nova Iguaçu, que foi representada por Cezar Carvalho, animador do filme "Pôr do Sol". "Eram 25 de roteiro e 25 de animação, mas algumas pessoas foram desistindo. Todo mundo merece estar aqui", pontuou a estudante de Teologia, tendo sua fala reforçada pela animadora Andreia Marcelino: "Desanima ver o trabalho que dá pra fazer 10 segundos de animação".
Fabíola, que optou pelo curso de roteiro, citou as três etapas vencidas para deixar de ser candidata e se tornar aluna: "Primeiro é a inscrição, depois um roteiro do candidato é avaliado, e por último a entrevista. E eu não achei que ia passar". A roteirista optou pelo uso de um ator e elementos típicos de um pôr do sol na periferia. "Eu tinha muito preconceito com animação, mas depois eu ví o trabalho que dá", admite a moradora de Nova Iguaçu, que afirma com convicção: "Eu penso em investir cada vez mais na área do cinema".
O vídeo que melhor representar o "Guia Afetivo da Periferia" será divulgado na internet como um teaser do livro. O resultado da votação do jurí popular e a escolha da banca avaliadora serão revelados hoje, na primeira edição do programa Apalpe, que será transmitido hoje(22/01), às 19 horas, através do seguinte link: http://www.ustream.tv/channel/apalpe—a-palavra-da-periferia
Alunos da ELC - Imagem extraída de http://apalpe.wordpress.com/ |
2 Comentários:
Ficou muito fofo, rsrsrsrs
Obriga pelo carinho bjs
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