por Fernando Fonseca
Década de 1980. Pessoas, ações e experiências a partir de diversas militâncias político-sociais definiam o modo de se pensar os direitos humanos. Reflexões e discussões à proteção dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais abalavam as estruturas de todo um sistema, com a ajuda da mídia, instrumentos jurídicos, dentre outros, provocando um som alto demais para ser calado. Grupos se formavam com o princípio comum de partilhar de seus direitos básicos como seres humanos.
Dentre tantas junções que ocorriam à época, simultaneamente, eis que surge a Instituição COMCAUSA. Uma válvula de escape para a sociedade. “Nós surgimos a mais de trinta anos, no Centro do Estado do Rio de Janeiro, como um grupo de militantes dispostos a fazer enfrentamento à violência, desrespeito, preconceito, discriminação e diversos outros temas distintos em nosso meio social”, conta assim Adriano Dias, 41 anos, um dos fundadores da COMCAUSA. “Eu iniciei minha jornada de militância aos 15 anos de idade. Participei do movimento Punk, passei pelo movimento das fanzines e transitei pelo movimento Rock, até chegar aos dias atuais, nesta versão mais moderna de movimento social. O contexto histórico é diferente em todos os processos, porém a luta é a mesma. Atuamos em diversas questões no centro do Estado do Rio de Janeiro até os primeiros anos da década de 2000, como um grupo ativo, buscando a consolidação. Mas foi no ano de 2007, ao qual denomino, particularmente, como ano zero, que nos firmamos como a Instituição que somos atualmente” resume assim sua jornada.
Em todo esse contexto histórico-social, a COMCAUSA aparece como um meio de provação do porque nós brasileiros somos os pioneiros em ONGs em todo o mundo. E prova que a qualidade de uma sociedade depende não somente de ações do governo, mas principalmente das pequenas atitudes de todos da sociedade civil. Ecologia, cultura e cidadania são alguns dos pilares calçados pela Instituição desde seu início, uma base sólida conquistada através de muita luta e suor. “No Brasil, muitas pessoas criam as instituições com perspectivas de negócio, visando ganhar dinheiro com elas. Nossas intenções nunca foram calcadas nesse princípio. Somos uma Instituição de Diretos Humanos da Baixada Fluminense em busca da Cultura de Direitos. Essa é a nossa missão: Fazer enfrentamento à violência, desrespeito, políticas, políticos e tantas outras coisas, transformando esses direitos em uma questão cultural”, conta Adriano sobre as intenções da Instituição.
Centenas de pessoas que já passaram pela Instituição deixando suas marcas, desde funcionários a militantes, possuem ainda hoje uma relação de extremo carinho e respeito pela Instituição. Pessoas que viram sua história de vida ser mudada e pessoas que se viram mudando a história de vida de diversas outras pessoas. “Conseguimos trazer uma discussão de direitos humanos positiva para a Baixada Fluminense. É, enfim, podermos falar de direitos humanos sem ser pelo meio da morte. Dar atenção a toda uma população que discute positivamente os direitos humanos e não apenas aos criminosos. Conseguimos mudar a história das pessoas que nós atingimos”, diz Adriano.
Violência simbólica culminando em violência letal. Um princípio lógico ignorado por muitos, ou até esquecido, que influencia diretamente nas ações de completo desrespeito ao homem, veiculadas diariamente pelos mais diversos meios de comunicação em massa. Fatos que são vistos pelos olhos gananciosos dos grandes veículos de comunicação como paradigmas altamente vendáveis e não mais que isso. “O repúdio da vitimização é um fato claro na sociedade. Queremos romper esse paradigma, desconstruir esse discurso de que a Baixada Fluminense só tem vez quando se trata de violência. Realizamos anualmente ações como a ‘Memória da Chacina da Baixada’, ao qual é lembrado um forte e trágico incidente ocorrido no bairro da Cerâmica, a chacina com as crianças de uma Escola Municipal, com o intuito de fortificar essas intenções para além dos direitos simbólicos. Há também a realização da Festa de Confraternização ao fim de cada ano. Reuniões com gestores de políticas públicas em Brasília. Manifestos. Ações no dia Internacional dos direitos humanos. Audiências Públicas. Em 2009, no encerramento da Jornada dos Direitos Humanos, em um evento que contou com a apresentação do grupo musical Raimundos, conseguimos reunir mais de 7000 pessoas para celebramos os nossos direitos. Ações que nos suportam identificar as violações, acionar os responsáveis e contribuir de alguma forma na busca de soluções para todos os problemas presentes em toda a Baixada Fluminense” conclui Adriano.
Atos que se refletem em outras regiões do estado e do país. “Assim, esta é a ComCausa, interagindo, apoiando e sendo apoiada nas mais diversas causas que tem, como finalidade, a valorização da vida e a prevenção das violências na Baixada Fluminense por meio da efetivação da CULTURA DE DIREITOS”.
- Dados Instituicionais:
Nome completo da instituição: ComCausa
CNPJ da entidade proponente: CNPJ 05.857.379 / 0001-74
Título de Utilidade Pública Estadual – Lei nº 2464/2009
Título de Utilidade Pública Municipal- Lei nº 191/2010
Registro no Conselho de Assistência Social nº 459/09
Registro no Conselho da Criança e Adolescente nº 074/0304-01
- Dados bancários: Banco do Brasil – Nova Iguaçu / Agência nº. 0081-7 – Conta nº. 74.346-1
- Contatos: Telefones: 55 (21) 2669 0336 - Telefax 55 (21) 8578 1194
Página: comcausa.org.br - Portal: c3.org.br
Email: contato@comcausa.org.br
Endereços:
Centro Referência em Direitos Humanos ProJovem: Rua Amine 63 – Posse – Nova Iguaçu.
Ponto de Mídia Livre Ponto de Cultura: Rua Athaíde Pimenta de Morais 37 – Centro – Nova Iguaçu.
Espaço Cultural Capoeira ProJovem: Rua Democracia 226 – Carmary – Nova Iguaçu.
5 Comentários:
Grande trabalho dessa Equipe!!
Todos de parabéns!
Ótima matéria.
LAURO P.
curto demais todos da ComCausa...
bjs pra todos vcs!
ComCausa na cabeça e no coração!!
s2
é nós!
CURTO MUITO ESSE POVÃO DA COMCAUSA!
PARABÉNS A TODOS!!!
Fico feliz em ser a mais nova participante de uma Instituição tão querida!
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