Presente que fica

sexta-feira, 10 de junho de 2011

por Joaquim Tavares


O Dia de São Valentim fez uma visita ao Brasil e resolveu ficar para sempre. Porém, mudou um pouco o seu visual, trocou de nome e de data. Nada mais justo para a adaptação! Antes comemorado no dia 14 de Fevereiro pela “gringaria”, agora, respondendo pelo nome de Dia dos Namorados, é celebrado no Brasil no dia 12 de Junho. A data antecede o Dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro. O amor fica em evidência como tema de lojas e propagandas. O comércio também ama esse período.

É fácil ver a relação do Dia dos Namorados com o comércio. Sua própria vinda para o país tinha essa finalidade. No entanto, a intenção aqui não é debater o real sentido do Dia dos Namorados, o que é o verdadeiro amor ou nada assim. O olhar se volta para uma única coisa: os presentes.

Os presentes são, geralmente, tomados por romantismo: flores, bombons, perfumes, pelúcias, e mais uma carreata de coisas bonitinhas e amorosas. Pois bem, todos já devem ter dado ou recebido um presente assim, o que o torna até clichê. Os presentes que realmente vão ser tratados aqui, nesse texto, são os comprados em Sexy Shop.

É só prestar atenção! Encaixa-se perfeitamente no perfil de presentes românticos e não é clichê algum. A variedade também é absurda, indo desde pequenos acessórios até fantasias eróticas. O Sex Shop é um lugar que abraça ambos os sexos, ainda que prevaleça um domínio por parte das mulheres: “Não entendo direito o porquê, mas os homens não costumam vir muito aqui”, conta a vendedora Renata Ávila, que também é consumidora do que vende. “Tem muita coisa maravilhosa, muitos não têm noção. Aproveito que estou aqui mesmo e faço a festa! Meu namorado adora!”

Tabu
É estranho como os Sexy Shops são tidos como tabu pela sociedade. Ao entrar numa dessas lojas, a impressão é que se está fazendo algo muito errado: ela sempre fica superescondida e tem sempre alguém na porta com um olhar de censura.

Uma vez dentro da loja, tudo fica mais fácil e melhor. “No começo, a pessoa demora um pouco a se soltar, mas depois ela interage com a gente e sempre leva pelo menos alguma coisa. Sempre chega querendo algo, mas sai comprando sempre mais do que queria no início”, diz Jaqueline Fonseca, também vendedora. Faço questão de chamá-la de vendedora somente porque o termo “vendedora de sex shop” já me soa um tanto preconceituoso. Afinal, é uma vendedora como outra qualquer, e das boas!

“Venho aqui mais ou menos uma vez a cada dois meses e no Dia dos Namorados é de lei dar uma passadinha”, admite Carla dos Santos Almeida, que foi comprar uma fantasia dessa vez. “Já troquei várias vezes de namorado e sei que todo homem gosta do que se vende aqui... e toda mulher também, é claro!”

A melhor parte, sem dúvidas, é a exibição dos produtos. São vários tipos, com várias funções e você pode testar todos, ou quase todos. Velas que derretem e viram óleos para massagem, algemas, fantasias, lubrificantes que esquentam, gelam e fazem tudo o que você imaginar.

Não que os presentes tradicionais estejam fora de moda nem nada assim, mas é que existe uma porção de bons presentes que não são nem cogitados e isso é quase um desperdício. E esses presentes eróticos valem para todas as datas, pelo menos foi o que me garantiu todas as vendedoras perguntadas.

Assim, sempre que surgir a pergunta “O que eu vou comprar?”, lembre-se dessa opção a mais, que é difícil não ser aprovada pelo outro e lhe permite comprar um presente que vai, com certeza, servir para ambas as partes. Existe sempre uma loja dessas mais próxima do que você imagina.

Esse é um universo ainda desconhecido por muitos, mas já aproveitado por outros, que sabem o real sentido do que vem a ser a verdadeira “Loja mágica de brinquedos”.

1 Comentários:

Déh disse...

Hahahaha. A última frase me fez rir alto!
Muito boa matéria, Joaquim. Parabéns.

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