Teste de ansiedade

domingo, 28 de agosto de 2011

por Warllen Ferreira


Na noite do dia 24 de Agosto, o Espaço Cultural Sylvio Monteiro abriu as portas para jovens e adultos de todas as idades para o teste de seleção para as novas turmas do grupo teatral da casa.
Tendo o início atrasado e começando por volta das 18h, uma enorme fila se formava aguardando com muita expectativa uma das peças fundamentais para a seleção: a julgadora Juliana Santos. Eis que é chegada a hora: aparece quem faltava para começar o primeiro passo do sonho de alguns presentes.
“A Neuza não presta... as cores lá fora me disseram pra continuar” – músicas e passagens de texto a todo momento. Novas amizades se formavam a cada suspiro de apreensão. Os “próximos” começam a serem chamados. Fones de ouvido dão a última ajuda antes da sua vez.
O coração batia mais forte e a emoção gritava forte. Ao entrar e subir no palco, os que demonstravam menos tensão ficavam sem um pingo de tranqüilidade.
Ao se encontrar na frente dos jurados, perguntas eram feitas de formas tão intimidadoras que o texto ia embora. A garganta secava e a voz desafinava. A mão suava, parecia até que estava derretendo. “Próximo!” – E lá se ia mais um atrás de realizar um desejo, fazer um bom teste e conseguir sua vaga no curso de teatro do Sylvio.
“Nossa! Deu um branco total. Não lembrava nem um pouco do texto. Na hora, inventei uma tal de Cleide e no meu texto, que criei no momento, a Neuza era amiga. Ainda cantei “Parabéns pra você”. O olhar dos auditores era de amedrontar“. Assim foram os comentários de cada um que saía da sala.
E dessa forma se seguiu até pouco mais de meia noite, quando teve fim a audição de seleção para o grupo. Muitas expectativas, amizades de fila, músicas que tomavam conta do corredor e um incontrolável nervosismo que dominava o Espaço.
E por fim, cada participante só poderá saber o resultado na sexta-feira pela manhã ligando para o espaço, a partir das 9h. Até lá, um pouco mais de ansiedade não fará tão mal assim. Afinal, depois de seis horas com esse sentimento que havia em cada candidato, esperar um pouquinho mais não seria tão doloroso.

De parar a Baixada

sábado, 27 de agosto de 2011

por Jefferson Loyola




As paradas gay acontecem no mundo todo como forma de denunciar o preconceito que ocorre cotidianamente com a comunidade homossexual, haja vista que vivemos em país que cada dia duas pessoas são assassinadas devido sua orientação sexual. Com isso, antes mesmo de pensar em organizar paradas LGBT, a AGANIM - Associação de Gays e Amigos de Nova Iguaçu e Mesquita - vinha atuando nos municípios de Nova Iguaçu e Mesquita para promover a melhoria na qualidade de vida de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), além de promover os direitos humanos deste público.

Porém, a fase atual do movimento LGBT no Brasil é a consquista da visibidade pública através das paradas que acontecem em diversas cidades de todos os estados. Dentro dessa dinâmica, AGANIM chega a sua terceira edição da parada GLBT em Mesquita, que ocorre neste próximo domingo, dia 28 de agosto. "Não é só de plumas e purpurina embaladas por música 'bate-estaca' e vinho barato se faz uma parada gay. Bom saber que a escolha do último domingo de junho para celebrar a diversidade, a tolerância e o orgulho gay não é obra do acaso", disse Neno Ferreira, Presidente da AGANIM, relembrando a Revolta de Stonewall (Como surgiu o movimento contra a homofobia a partir das manifestações).

O jovem frente à cultura bipolar carioca

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

por Vitória Tavares










Ao sair na rua você se liga que isso tudo é a América do Sul: os bares, a guerra civil e o calor. É aí que você entende que o sentimento é mais forte que qualquer barato.
É complicado se encontrar como pensante nas questões sociais que envolvem viver no Rio. Vai além de sentir diariamente a miséria na pele – apesar de isso já ser mais que o bastante. É quase ter que escolher um lado: a polícia ou a guerrilha para militar, que já se tornou fatalmente ideológica. É um questionamento que envolve o jovem de uma maneira única. O funk, as drogas, a cultura marginal em suma... e aí?
Em uma rápida troca de ideias com alguns jovens, percebe-se que as opiniões sobre a marginalia X maquiagem social carioca revelam um fator em comum: a cultura da violência. 
“O mundo das comunidades envolve de fato as drogas e a glamorização do crime. O cara da classe média pode se sentir tão atraído quanto um cara da favela pela marginalidade. A cultura da violência existe e está presente no nosso dia-a-dia; o cara pode se virar e tirar o proveito saudável da dela, por meio de expressão cultural e etc...Mas o que mais acontece é polarizar a cultura da violência: ou se tornar Policial Militar ou ir pro morro e conquistar seu breve espaço.” - expõe Igor de Assis, 26 anos, músico.
Quanto a glamorização do tráfico, Dannis Heringer, 20 anos, agitadora cultural, pensa que tudo está muito próximo para não se entender: “Acho que os jovens deixam se envolver com questões que tem um poder emblemático muito forte. É muito difícil se soltar da realidade, porque a nossa realidade é a mesclagem. Aqui na baixada você vê uma casa legal, de rico mesmo, com uma boca de fumo na esquina. É tudo muito próximo, as questões sociais de sub desenvolvimento batem de frente a cada instante. É muito complicado para o ser humano viver com a desigualdade. Mas essa é só mais uma razão da situação conflitante que vivemos”
E sobre a polícia do Rio, Rodrigo Cope, 27 anos, professor de física e músico, dá sua opinião: “A polícia é formada nos preceitos do mata- mata. Não há o que negar. É muita arma, muita loucura. É claro que existem os PMs que são corretos, mas vamos lá: são poucos. O BOPE é o estandarte da glamorização da violência governamental.”  
É possível se encontrar e obter fundamento na sua descoberta? É possível julgar a polícia mal paga e chama-los de fascistas se eles são tão miseráveis de estímulos intelectuais quanto o fogueteiro que atua lá no alto do “morro carioca”? Diferente da violência que é geral e polar de raiz, a culpa disso tudo não é polar. A culpa é da colonização, da escravidão, da repressão religiosa e cultural. Brancos da alva cúpula do poder: com suas perucas e mangas de panos conseguiram criar sua própria arapuca!
E a dita classe média sofre com a dificuldade de denominar o bandido e o mocinho. E mais uma vez assiste em que vai apostar o seu capital: no leão ou no gladiador? Só que agora o coliseu tem ladeira e moto-táxi.

Mãos que falam e olhos que ouvem

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

por Carolina Alcantara

Caro leitor, você já imaginou se te colocassem dentro de um avião e te jogassem num país totalmente diferente do seu, com um idioma que você não conhece e uma cultura e costume totalmente distante da sua realidade? Se não imaginou, imagine por um momento.

Você esta nesse lugar querendo se comunicar e não consegue, pois as pessoas não falam o mesmo idioma que o seu e quando elas olham na sua direção parece que você é de outro planeta. O que você sentiria se estivesse vivendo tal situação?  É provável que se sentiria mal e rejeitado. Essa é uma situação que ninguém gostaria de viver, pois nenhum ser humano gosta de se sentir abandonado, ao contrario as pessoas precisam sentir-se amadas e aceitas pelo que são.

Ouvidos atentos

por Jéssica Oliveira

Na manhã dessa segunda-feira, 22 de agosto, o Espaço Cultural Sylvio Monteiro inicia a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Com a presença do secretário de cultura e turismo, Anderson Ávila, e estudantes de escolas municipais e estaduais do município, a Biblioteca Municipal Professor Cial Britto apresentou a Audioteca, projeto de inclusão que visa atender deficientes visuais.

Às 10h30, no pátio do Espaço, Malena Cabral Xavier e Roberta Miranda, funcionárias da biblioteca que abriga o projeto, fizeram a primeira demonstração do dia. "A Audioteca é um projeto que conta com livros gravados em CDs destinados à pessoas que têm algum tipo de deficiência", incia Malena.

Enquanto esta apresentava a ideia do projeto, Roberta auxiliava Douglas Juan Mendes Camarinho, estudante de 12 anos que possui deficiência visual, a utilizar o equipamento da Audioteca. Douglas cursa o quarto ano do ensino fundamental na Escola Julio Rabello, no Marco II e aprova o projeto: "Eu gostei muito. Estava ouvindo 'O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa'", conta.

Para dona Dilani Mendes Ferreira, mãe de Douglas, a Audioteca é uma ótima oportunidade para  que seu filho tenha contato com a literatura e livros ditáticos: "Acho ótimo. Pretendo trazê-lo sempre e cadastrá-lo no Secograma".

Livro delivery
Como explicou Roberta Miranda em sua fala, o Secograma caracteriza-se no cadastro do deficiente que se encontra impossibilitado de frequentar a biblioteca no Centro de Nova Iguaçu. Este receberá em seu domícilio os livros que desejar. "

A pessoa liga e pede uma postila de português, geografia, ou o que for. Eu coloco os CDs desejados num pacote com duas etiquetas: uma por fora do envelope e outra por dentro. Envio pelo Correio para a casa do cadastrado e quando ele for devolver, é só refazer o pacote e colar a etiqueta que eu mandei por dentro. O envio é gratuito", explica, afirmando que com esta etiqueta o usuário não terá custo algum com o Correio.

Para cadastrar-se são necessários apenas nome, endereço e o tipo de deficiência do usuário atendido. "Não apenas a Audioteca, mas o sistema do Secograma, são importantes para os usuários que não possuem mobilidade mas que se interessem pela leitura", encerra Roberta.

 
 
 
 
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