Parando até o secretário

quinta-feira, 7 de julho de 2011

por Vinicius Vieira

Nesse último domingo, 3 de julho, aconteceu a 8ª Parada do Orgulho Gay em Nova Iguaçu. Estrategicamente localizada na Via Light, principal via de Nova Iguaçu, a parada que agitou a tarde a partir das 15h, teve a presença de 40 mil pessoas. "Gostei da parada Gay daqui de Nova Iguaçu, é bem diversificada", conta Bruno Lordelo, 18, morador de Ramos. Bruno estava na parada de Nova Iguaçu pela primeira vez, acompanhado de seu namorado. "Precisamos dessa movimentação e de vitórias como a legalização do casamento gay", diz, "A concorrência agora vai aumentar, mas eu confio no meu taco", encerra brincando.

Eugênio Ibiapina, coordenador do evento, diz que a população está aliada na luta contra a homofobia. "No Brasil, a cada dois dias, uma pessoa é assassinada por causa do preconceito e isso tem que acabar", completa, “Em Nova Iguaçu a violência contra os homossexuais é muito grande, logo movimentações como essa fazem toda a diferença”.


Uma prosa colorida

por Raize Souza

Peço a atenção de vocês
Para uma prosa contar

Que na Via Light, 3 de julho
E com trio elétrico pra animar
Foi a 8º parada LGBT
Que queria Nova Iguaçu parar

Foi minha primeira parada gay
Isso tenho que confessar
Pensei que fosse um momento ativista
Pelas propagandas que vi passar
Mas foi uma grande micareta
E minhas expectativas acabaram por abalar

Mas esqueceremos desse detalhe
Para eu contar como foi a parada
A diversidade e o colorido eram grandes
A festa estava mesmo animada
O momento foi um ponto de encontro
E até hetero tava lá com ou sem namorada

O hetero Thiago Guerra
Foi para acompanhar à namorada
Que tem amigas homoafetivas
E não podiam perder a parada
Mas mesmo sendo hetero
Estava de boa na balada

10 meses de namoro
Estavam sendo comemorados
Por Ingred e Karina
Que sofrem preconceitos lado a lado
“A família joga muito na cara” disse Ingred,
Mas sem se arrepender de fato.

Muitas Igrejas não aceitam
Mas tinha uma diferente
Que nos panfletos que entregavam
Diziam que gay podia ser crente
Saber respeitar as diferenças
Eita igreja inteligente!

Vamos parar de donzelisse
Pra acabar com o preconceito
LGBT vota, paga impostos
merece também respeito
Você não precisa gostar ou concordar
Mas respeitar o próximo é direito.

As cores de Alvito

quarta-feira, 6 de julho de 2011

por Hosana Souza


Recordo-me da primeira vez em que vi Marcos Alvito. Um homem alto, magro e branco, cinquentão, parado ao lado da já conhecida imagem falante de Julio Ludemir. Estávamos em Nova Iguaçu, a minha cidade que, naquela manhã, se revelaria um pouco mais. Caminhamos para uma ação do programa da prefeitura local, o Livro Livre, os dois escritores e as duas meninas curiosas. Pois como era de se prever Jéssica Oliveira me acompanhava em mais essa aventura, ela que é minha companheira desde a infância.

O destino era a Polinter. Eu que nunca havia visitado meu primo que fora preso, entraria na cadeia por outro motivo: pela fé de que a leitura é capaz de libertar. A cada passo na subida da ladeira imaginei a dor que minha tia sentia ao visitá-lo. Recordei que na quinta-feira anterior, enquanto ia para a escola, a encontrei no ônibus, firme com sua sacola de utensílios e lanches para ele. Só ela e a esposa o visitavam. Não que a família o houvesse rejeitado. O próprio não queria que tivéssemos dele uma lembrança assim. Agradeci mentalmente por ele não estar ali, naquela Polinter. Me muni da câmera fotográfica e parti para o trabalho.

Arrisco dizer que a penitenciaria é nosso capitulo zero. Minha primeira lembrança de Alvito. A primeira lembrança de Alvito no desenho de suas cores.

Nota sobre manifestações

por Rodrigo Caetano

Se você é um ser humano comum e possui Facebook, pare por um minuto e olhe os eventos que foi convidado. Você verá muitas coisas: Shows, festas, fim do mundo marcado para dezembro de 2012. Mas verá, também e principalmente, algo que tem se tornado uma febre - não sei se no sentido bom ou ruim -, que são as marchas, caminhadas, paradas. Os motivos são os mais variados já vimos sobre a maconha, Jesus, liberdade, lançamento de novas redes sociais, a Marcha da Vadias.

Mas, com toda a certeza, a que existe há mais tempo, e com mais força, no Brasil é a Marcha Gay – ou Parada Gay. E no último domingo, três de julho, foi à vez da cidade de Nova Iguaçu ganhar mais brilho, com a 8ª Parada do Orgulho LGBT.

Jogando limpo

terça-feira, 5 de julho de 2011

por Abrahão Andrade




Você está começando a ler uma matéria feita por alguém que não tem time e, talvez por isso, fale com relativa imparcialidade sobre o assunto.

O futebol quando veio para o Brasil, logos nos primeiros anos, conseguiu driblar o preconceito. Ainda sendo um esporte das elites, emplacou-se categoricamente como propriedade do povão: todo mundo gosta, todo mundo entende. 

A rivalidade esportiva é consequência da febre que se tornou o jogo de bola, a paixão ensandecida em defender um time, derramando lágrimas, fazendo promessas, sacrificando-se das mais diferentes maneiras. Sim, isso tudo é válido e até saudável, mas como tudo tem um "porém" e todo o “porém” tem uma “vírgula”, a paixão é capaz de cegar. E mais que isso: criar situações que alimentamos sem perceber.

 
 
 
 
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