por Hosana Souza
Nesta manhã quente de terça-feira, o teatro do Sesc lotou com a presença de cinco escolas da rede municipal de Nova Iguaçu. Unindo jovens, adultos e crianças, seja pelo humor ou pelo drama, a VIII edição do Encontro de Artes Cênicas da Baixada (Encontrarte), tem feito educação e cultura caminharem juntas, um mesmo espetáculo para varias plateias, para vários olhares.
A peça apresentada foi “O Segredo de Cocachim”, fábula moderna que conta a história de Beto e Bia, – respectivamente Alexandre Contini, 24 anos e Maria Eduarda Machado, 22 anos – crianças que compram um mapa e saem em busca do tesouro da Princesa Cocachim em uma ilha deserta.
A saga de Beto e Bia conquista a antes agitada plateia, que era na maioria formada por crianças entre sete e onze anos, dando com leveza lições sobre amizade, educação ambiental e principalmente o ato de fazer escolhas. A magia do teatro fez com que mais de cinquenta crianças se calassem, interagindo e respondendo aos atores, mas sem deixar de prestar atenção. “O que eles conseguiram é o sonho de qualquer professor. Ensinar coisas e prender a atenção deles assim”, diz entre risos a estudante Jéssica Ramos, de 17 anos.
Alexandre e Maria dividem-se na interpretação dos outros personagens que compõe a historia; pequenos objetos são retirados e recolocados nas mochilas infantis durante o espetáculo, fazendo com que o cenário fique por conta da imaginação de cada um. “Foi incrível! Eu gostei quando eles estavam dormindo. Foi engraçado. E quando eles entraram nadando também”, comenta a alegre e animada Taísa dos Santos, 9 anos, aluna da Escola Municipal Julio Rabelo.
A peça, que completa 20 anos, foi reeditada por Beto Brow, 48, que também assina a direção do espetáculo. Ela ficou três meses em cartaz no Rio de Janeiro, e voltou aos palcos especialmente para o festival. “A Layla Zaid e eu pensamos em remontar a peça, então chamamos o Alexandre e fizemos em cooperativa. A Maria Eduarda estava na assistência de direção, mas como a Layla – que inicialmente interpretava Bia – teve de se afastar pela novela, não havia outra pessoa mais indicada”, diz Beto.
Beto e Alexandre elogiam a iniciativa de trazer um festival com peças gratuitas, e lamentam não poder participar de outras atividades do evento, por outros compromissos e pela distancia. “É importante para mim como ator poder cada vez mais interagir com o público. Atividades assim devem ocorrer para crescimento e disseminação das artes cênicas”, diz Alexandre. “Eu acho que sempre que há patrocínio deve-se fazer peças gratuitas, acesso à cultura não deve ser elitista”, enfatiza Beto.
“O Segredo de Cocachim” é a primeira peça infantil de ambos os atores. “É muito bom trabalhar com as crianças, embora eu me sinta muito mais responsável por trazer a alegria de fato. O publico infantil é muito verdadeiro, ou eles gostam ou não gostam”, comenta Maria Eduarda, que tem o apoio do animado Alexandre “A realidade é que nos divertimos muito, eu volto a ter oito anos”, que encerra entre risos “Eu voltei a ver Cavaleiros do Zodíaco e Caverna do Dragão, minha vida agora é ver desenhos animados”.
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