Junto e misturado

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

por Lucas Lima
Uma das pontas mais visíveis do programa Bairro Escola é o Escola Aberta, um projeto do Ministério da Educação que funciona também em 65 municípios de dez estados brasileiros. Moradores de quase todos os bairros de Nova Iguaçu superlotam as salas de aula para fazer oficinas e atividade que vão do artesanato à luta marcial, da dança ao reforço escolar, tudo isso gratuitamente.


Essas oficinas, que acontecem simultaneamente em um mesmo espaço, têm o poder de agradar jovens e adultos com a mesma intensidade. “Aos sábados de manhã, a escola fica cheia de gente, todos em diferentes atividades, mas todo mundo sabe respeitar o espaço do outro”, conta a jovem Jessyca Pereira, de 17 anos, que frequenta as oficinas da Escola Municipal Rubens Falcão. Também compartilha dessa opinião a mãe de Jessyca, a aluna de artesanato Regina Célia Pereira, 55. “É muito bom porque oferece várias atividades, o que pode atender a todo mundo”.

As oficinas são coordenadas por voluntários dos próprios bairros. “Às vezes temos alguns conflitos por causa do barulho, mas depois tudo acaba se resolvendo”, brinca o instrutor de balé e hip hop Edgar Nunes, 24 anos. “Eu acho muito interessante, porque provavelmente as crianças não teriam oportunidade, já que um curso de balé é tão caro”, diz a mãe da pequena Julia Lima de 9 anos, Renata Lima, 39.

Paralelamente ao projeto, acontece aos sábados de manhã o Curso Pré Vestibular, uma parceria da Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu com a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. “A música alta e as crianças correndo nos corredores atrapalham bastante”, admite a aluna Vanessa Almeida, 17. Professora de língua espanhola, Simone Moreira, 29, também acha complicada a mistura de tantas atividades no mesmo espaço. “Tira a concentração dos alunos e até a nossa, às vezes”.

O Escola Aberta aceita todo e qualquer interessado, abrangendo do jovem do Hip Hop às senhoras da dança de salão. “A dança parece uma febre, que não me deixa nunca”, diz Dona Lucinéia, 78 anos. “E acho muito bom que a prefeitura possibilite esse tipo de encontro”.

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