por Dariana Nogueira
A ideia nasceu no coração do delegado Orlando Zaccone, quando ainda exercia a função de delegado da 52ª DP, em Nova Iguaçu. Zaccone, um velho amigo do grupo, propôs a idéia ao Teatro Institucional. “Nós aceitamos prontamente”, conta Paulo Antunes, um dos criadores da companhia, em companhia do seu amigo Jitman Vibranovski.
O Teatro Institucional existe há mais ou menos 12 anos e no início atuava sob o nome do grupo “Ação Criativa”. “Inicialmente nosso trabalho era voltado especificamente para dependentes químicos”, conta Paulo Antunes. A partir do projeto “Em busca da alma perdida”, os amigos desenvolveram uma série de trabalhos que marcaram de maneira a trajetória da companhia. Um desses trabalhos foi a peça “Droga, que pesadelo!”, que, depois de estrear em outubro de 2000, deu origem ao primeiro livro de Paulo e Jitman, “Quem não tem problema com drogas?”.
Proposta de conscientização
O tempo passou e os horizontes do grupo se alargaram, abrangendo temas como meio ambiente, terceira idade, segurança no trabalho e DST. “Nos tornamos um grupo sólido, que está sempre levando uma proposta de conscientização diferenciada para as empresas e instituições”.
Inovando mais uma vez, O Teatro Institucional irá atuar de cara nova, em palco novo e para um público novo em Nova Iguaçu. “O Teatro na Carceragem consiste na produção de oficinas que resultarão em performances teatrais desenvolvidas dentro da cadeia, com participação total e exclusiva dos presos, tanto na criação e montagem quanto na atuação”. Além do espetáculo, toda a estrutura do teatro, como figurino e iluminação, será montada com a participação dos detentos. “Daremos apenas o primeiro passo, mas o resto será construído lá dentro.”
Inicialmente, a apresentação dos trabalhos será feita para os familiares e amigos dos presos, mas Paulo Antunes tem esperança de que este público seja ampliado. “Queremos ir além, mostrar o potencial dessas pessoas para o público em geral, para que se conscientizem de sua capacidade e de sua capacidade de transformação”, afirma Paulo Antunes, para quem o Teatro na Carceragem é de alguma forma o resgate do que ele e seu sócio Jitman se propuseram anos atrás: a busca da alma perdida.
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