Noite de muito axé

terça-feira, 10 de novembro de 2009

por Nany Rabello


A noite de quinta feira, dia 05 de novembro de 2009, foi particularmente especial para quem estava presente no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, em Nova Iguaçu. Duas importantes entidades da cidade, o CEAP e o Gestar, se uniram para organizar o lançamento do caderno “Solano Trindade: o poeta das artes do povo”, da historiadora Maria do Carmo Gregório.

O caderno foi feito a partir da dissertação de mestrado, que Maria do Carmo defendeu em 2003 para o curso do PPGHIS/UFRJ. Maria foi membro do CEAP em 2007, onde participou da coordenação pedagógica do Curso de Capacitação de Professores em História da África e Cultura Afro-brasileira, em parceria com a SECAD/MEC.

Maria do Carmo também foi membro do Gestar entre 2007 e 2008 e atualmente trabalha como professora na rede municipal de ensino e na Flama, uma faculdade particular de Duque de Caxias. Em seu breve discurso durante a cerimônia de lançamento do livro, Carminha, como foi chamada pelos amigos presentes, agradeceu a ajuda de todos. Tentou não dar muitas explicações sobre Solano, já que os presentes o leriam em seu livro, mas ressaltou alguns detalhes da vida do poeta e algumas questões étnicas, que também estavam em pauta no evento. “O negro não é mestiço pela mistura de cores e sim pela diversidade. Ele não se tornou mestiço quando chegou ao Brasil, ele veio assim da África”, afirmou.

O evento foi aberto oficialmente por Marize Conceição, diretora do Gestar. “A gente discute a questão racial e o Solano trouxe essas questões sócio-econômicas através da arte. Se torna importante para o grupo que ele seja reconhecido e divulgado por isso”, disse Marize. O Gestar, Grupo de Estudo e Ação Racial, faz estudo e pesquisa sobre as questões raciais e cuida para que a lei 10.639, que obriga que o estudo da cultura e da história afro-brasileira seja parte do currículo escolar, seja cumprida.

O evento contou também com a presença do professor Ivanir ribeiro, membro do CEAP, Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, que em seu discurso contou um pouco do trabalho e dos planos de seu grupo e foi o responsável pela apresentação de Maria do Carmo. Depois de falar sobre o trabalho dela e sobre a pessoa com a qual trabalhou, Ivanir comentou também sobre a lei 10.639, parabenizou o trabalho do Gestar e fez importantes declarações sobre a cultura afro-descendente no Brasil. “É impossível falar de Grécia sem falar de deus grego. Que seja também impossível falar de África sem falar de deus africano”, comentou.

Antes da sessão de autógrafos, houve um recital de poesias da professora Ivone Landin, que é professora, poeta e responsável pelos projetos Pó de Poesia e Entre Linhas, do poeta Moduan Matus e do Grupo Guetofobia, com uma aula musical dada por jovens que enxergam a Baixada Fluminense e a questão racial de um modo novo.

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