Uma nova página na história

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

por Robert Tavares

Vinte de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. A data foi instaurada pelo "Movimento Negro Unificado" em 1978, e não foi escolhida ao acaso, mas sim como homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado há 314 anos.

E, no mês em que comemoramos a consciência negra, o SESC de Nova Iguaçu dedica sua programação à data. Desde o dia 18, a exposição "Riquezas negras" pode ser vista por lá, onde ficará até o dia 29 de novembro. No espaço, você verá bonecas africanas, máscaras e acessórios, confeccionados a partir de material reaproveitado - que foram coletados pelos próprios artistas.

Os objetos retratam a história de luta do povo africano, de uma forma muito pitoresca, que tem agradado aos que já foram lá conferir, principalmente as crianças, como Bruna dos Santos, de 13 anos. Ela foi acompanhada da mãe, que acha importante incentivar, desde cedo, que as crianças busquem por todas as formas de arte. "Assim elas crescem curiosas, não ficam conformadas com tudo que é imposto", enfatiza ela.



Rever a questão da memória é o que propõe a exposição. "A memória negra no Brasil, a memória do negro no Brasil. Negras memórias, em primeiro lugar, memórias do estigma que alimenta o preconceito, tendo como principal motivo o legado do cativeiro", declara Amalia Lacerda, uma das artistas expoentes.

A programação incluirá ainda palestras, oficinas, debates, varal literário, contos e performances, sobre a contribuição do povo africano na formação da cultura brasileira.

Mais do que celebrar o Dia da consciência Negra, a exposição marca a preservação da memória de um povo. E preservar memória é construir história: Uma história que reúne vários capítulos dedicados à importância do negro na formação cultural e na identidade do povo brasileiro.

Todas essas questões levam a um mesmo ponto: a necessidade de mostrar a beleza da intervenção negra no país. "Essa gente foi trazida para gerar riqueza e não pode ser esquecida", afirma o curador Emanoel Araújo. Essa não é a primeira vez que ele se debruça sobre essa questão. Há duas décadas realizou o primeiro “mergulho” no tema, com “A Mão Afro-Brasileira”. De lá para cá, foram várias as tentativas de ajudar a compreender - e mudar - essa situação injusta, intrincada e dolorosa.

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