Dedicação marginal

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

por Dariana Nogueira

A oficina “Cinema Marginal Brasileiro” que aconteceu durante a comemoração pelo primeiro aniversário do Cineclube Digital, feita no SESC de Nova Iguaçu, confirmou o sucesso do trabalho que foi desenvolvido durante este um ano de existência do cineclube.

Ministrada pelo estudante Matheus Topine, de 21 anos, a oficina abordou um pouco da história, forma e conteúdo do gênero que, apesar da riqueza e diversidade, é esquecido ou simplesmente ignorado pela grande maioria. Matheus fez questão de explorar o assunto, mostrando como tudo funciona na prática. Por isso, a oficina esteve quase o tempo todo ilustrada por trechos de filmes, entrevistas e trailers.

Quem esteve presente também pôde conferir, na íntegra, a exibição do filme “Os monstros de babaloo”, de Elyseu Visconti, que causou surpresa, estranhamento, inquietação e boas risadas na plateia.

O Cinema Marginal é muito confundido com o Cinema Novo que surgiu quase contemporaneamente a ele. Mas, Matheus mostrou a importância em diferenciá-los. “O cinema marginal bebe na fonte do cinema novo, sem dúvidas, mas há diferenças importantes que não devem ser deixadas de lado. O Cinema Novo é muito mais sisudo, mais declaradamente político”, explica.

Matheus é graduando em história pela UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro –, campus Nova Iguaçu, e é um pesquisador apaixonado por cinema. Fundou em 2007 o Cine Goteira, cineclube que funcionou até o fim do ano passado na cidade de Mesquita e que, infelizmente, encontra-se com suas atividades paralisadas devido à falta de recursos.

Matheus afirma a importância que há em mostrar a diversidade cinematográfica, revelando o desconhecido: “Já exibimos filmes infantis no Goteira”, conta rindo. Ele fala também de como começou seu interesse pelo Cinema Marginal: “Em 2007 eu participei de um curso no MAM (Museu de Arte Moderna) no Rio, que abordou o Cinema Marginal, inclusive com a participação de alguns cineastas”, rememora. “O curso foi bem interessante, e a partir daí me interessei ainda mais pelo assunto e comecei a me dedicar a ele.”

Osparticipantes da oficina tiveram uma oportunidade singular de conhecer um pouco mais do cinema nacional, vendo imagens que talvez não veriam de outra forma, já que Matheus optou por selecionar filmes raros, de forma geral. Foi uma importante aula que, sem dúvidas, ficará na memória de quem apareceu na festa. Que o Cineclube Digital comemore assim muitos e muitos anos de existência!

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