Diversidade e beleza

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

por Fernando Fonseca

A mesa avaliadora, formada por um membro de cada uma das secretarias envolvidas no Bairro-Escola, teve muito trabalho na última quinta-feira. Das 9h às 17h, representantes de grupos culturais dos mais diversos bairros de Nova Iguaçu apresentaram ao longo de 10 minutos o que pretendiam levar para as crianças que frequentam o horário integral das escolas da rede municipal. O objetivo de cada um deles era convencer a banca a aprovar seu pontinho de cultura, uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu e o Governo Federal.

Participaram da concorrência tanto grupos já contemplados com pontos de cultura no edital anterior quanto atores que estão entrando agora no movimento social de Nova Iguaçu. Um dos destaques do edital foi o Grupo Iguaçuano de Acessibilidade (GIA), que nesta edição apoia sete projetos em diferentes áreas da cultura. A associação de projetos foi uma das estratégias encontradas já no primeiro edital para suprir a ausência de CNPJ, um dos requisitos para a inscrição, de grande parte do movimento social da Baixada Fluminense.



Um dos projetos apoiados pela ong de Eliel Júmior 'Arte cênica com oficinas de dança', criado pelo ator e produtor Fábio Almeida, cuja história artística está intimamente ligada ao Encontrarte. "Este projeto visa à promoção da base da cultura de Nova Iguaçu, ofertando um acesso a uma cultura que a população carente não possui", disse o diretor do GIA, que representou o ator Fábio Almeida.

Não era muito diferente o objetivo de Elaine Bying, uma das sete participantes inscritas no projeto junto a GIA, com seu projeto de Integração à Dança. "Esta é a possibilidade de oferecer cultura a pessoas que não possuem acesso a essa arte", acredita essa moradora do Jardim Esplanada. "Meu bairro não possui nenhum ponto de cultura. Gostaríamos de preencher esse vazio em relação à dança!" Criar um pontinho de cultura também pode ser uma alternativa econômica para a academia de dança profética que ela mantinha no bairro, recentemente fechada.

Literatura evangélica
Outro projeto gospel que está concorrendo a um pontinho de cultura é o de Cecília Onófrio, representante do grupo Meduca, com forte atuação em Vila de Cava. Seu projeto chama-se 'Comunicação Góspel'e conta com um grupo de coral e dança profética. "Nosso grupo coopera com o desenvolvimento do nosso bairro, onde atendemos 800 alunos, ofertando também aulas de capoeira, grafite e fotografia". Sua intenção agora é dar um suporte maior à literatura evangélica. "Um pequeno passo rumo à formação de profissionais nesta área que vem crescendo nos últimos anos, e conquistando grande espaço no mercado e na economia nacional", afirma Cecília Onófrio.

Magna Mizurini defendeu o projeto 'Vem dançar', com o qual pretender levar ballet clássico e dança para jovens carentes. "Uma inclusão cultural da comunidade dentro do clássico", definiu a dançarina, cuja área de atuação é Valverde.

Andrea Pandin pretende fazer a 'Revolução da arte' em Jardim Ocidental, bairro onde pretende introduzir o grafite e o desenho para as crianças. Tão interessante quanto a ideia do projeto foi a motivação apresentada por Andrea Pandin à banca do Bairro-Escola. "Criei o projeto devido ao alto índice de pixação no meu bairro", diz ela, que jamais trabalhou com artes plásticas.

Capoeira, cinema, fotografia, desenho, moda, música, literatura, dança... Inúmeros foram os projetos expostos para seleção dos novos pontinhos de cultura de Nova Iguaçu. Um reflexo da necessidade que as comunidades têm de cultura. O resultado dos projetos sairá em alguns dias, porém o resultado mais importante pode ser visto desde já: a diversidade e beleza da nossa cultura frente aos problemas enfrentados na nossa periferia.

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