por Jéssica de Oliveira
Para a maioria dos brasileiros, o ano só começa depois do carnaval, pois só então são efetivamente retomadas as rotinas de trabalhos, cursos e escolas. Antes do feriado mais esperado e festejado do país, tudo o que se faz é resolver algumas pendências do ano que passou, planejar o que virá e o principal: aproveitar os quatro dias de folia.
Mas algumas pessoas não aproveitam o carnaval para se divertir, viajar ou descansar, existe uma galera que vê o recesso como uma excelente forma de se ganhar um dinheiro extra. Esse é o caso de Ana Paula Souza, uma moradora , de Comendador Soares de 24 anos, que trocou seus quatro dias de sombra e água fresca por um emprego temporário: "Eu pensei: 'Tanta gente estará gastando dinheiro, por que, então, eu não posso estar ganhando?' O trabalho é duro, mas vale a pena", explica essa estudante de Letras da UFRJ.
Ana Paula soube da oportunidade através de um anúncio no Jornal Extra, que dizia que uma empresa terceirizada estava contratando pessoas para trabalhar na Sapucaí durante o carnaval. "Eu fiquei sabendo no inicio de janeiro, dei um 'pulo' lá, me inscrevi e fui chamada para trabalhar". Foram abertas duzentas vagas para trabalhar em uma famosa rede de fast-food. Nem todas foram preenchidas.
Em troca de um dinheirinho extra no fim do mês, além de abdicar do feriadão, Ana Paula teve de enfrentar a mãe, Lina Souza, que não aprovou a ideia. "Ela dizia: 'Você tá precisando tanto assim de dinheiro que vai virar escrava?'", relembra a estudante. "Todos os anos, minha família e eu vamos viajar, mas esse ano eu abri mão disso, corri atrás do meu objetivo e no fim ela teve de aceitar".
Outro fator que a impulsionou foi a religião. Depois que ingressou em uma igreja protestante, Ana Paula vem deixando de lado alguns de seus antigos hábitos. "O carnaval não encheu os meus olhos dessa vez. Como disse, preferi ganhar dinheiro, ao invés de gastá-lo".
No entanto, segundo ela, é impossível não se divertir estando na Sapucaí. Ana Paula estará trabalhando em um dos quiosques que fica no primeiro setor da avenida, o "esquenta". "Eu bem que gostaria de ficar no setor seis, onde ficam os camarotes e os gringos com suas gordas gorjetas. Seria uma ótima portunidade para eu treinar o meu inglês", brinca. "Mas eu tenho certeza que o esquenta vai ser muito bom".
Para Ana Paula, as palavras que não sairão de seu vocabulário daqui pra frente são Empregos Temporários. “Para quem é universitário e tem o tempo curto, essas oportunidades são muito boas. É um dinheirinho que ajuda muito”, encerra.
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