por Josy Antunes
Ontem conheci de perto o Espaço Cultural Na Encolha. Seguindo a norma de “quem tem boca vai a Roma”, velhinhas e borracheiros foram meus guias pós-consulta ao google. O Sol de uma hora da tarde, que fazia com que eu sentisse a sensação térmica de um frango assado, era vencido pelo pensamento de “vai valer a pena”.
Demorou um pouco pra que eu soubesse que a rua Manoel da Silva Falcão é a antiga Capitão Sena. Mas não demorou a, depois de achá-la, entender que, para os moradores do local, o Na Encolha está relacionado à casa do Nike e vice-versa.
Recebida pelo próprio, fui logo apresentada aos professores Marcos Piri e Leon - respectivamente de graffiti e teatro – e aos alunos Alex Barbosa da Silva e Iago Abreu Marques de Oliveira, os mais fieis frequentadores do espaço. “Eles só não dormem aqui”, brincou Nike, que coordena o Ponto de Cultura “Arrastão Cultural”, lá realizado. O tempo em que esperávamos pelo percussionista Paulo Negueba foi suficiente para associar meu arredor aos fatos que me haviam sido contados anteriormente, nas conversas e entrevistas para a realização da matéria “Quintal Chic”.
Em instantes, começava ali uma reunião para decidir “estratégias de ataque”. Nike comparou o trio de professores a uma equipe de filme de ficção, ao estilo dos X-man: Eles repassam seus “poderes” às crianças da Escola Municipal Professora Venina Corrêa Torres e moradoras da comunidade local. Além das oficinas de teatro, graffiti e percussão, o Na Encolha oferece aulas de comunicação, ministradas pelo jornalista Anderson Fat.
“Vocês vão ser grandes ferramentas pra trazer os amigos de vocês”, ouviram Alex, de 11 anos, e Iago, de 12. Junto à poderosa equipe de multiplicadores, os pequenos colaboraram para formular a ação que será realizada a cada quinta-feira na escola. O intuito é arrebatar o maior número de alunos para o “Arrastão”, que pode atender até 350 crianças.
Ao “ataque”, deu-se o nome de “Quinta Cultural”. Os 40 minutos de recreio serão o alvo. E o “fator surpresa” será a principal munição. Entre as estratégias estão performances teatrais, a distribuição de flyers e cartazes e intervenções musicais. Negueba, prontamente, acionou um grupo de meninas percussionistas do Vidigal, que serão um forte incentivo ao público feminino do Venina.
Em resposta à suposição de Nike de que em pouco tempo as oficinas no Na Encolha teriam seu número de alunos multiplicado, Piri decretou: “Não vai ser preciso nem um mês”.
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