por Renato Acácio
Começa na próxima quinta-feira, dia 15 de abril, o IGUACINE, o primeiro festival de curtas-metragens não só de Nova Iguaçu, mas de toda a Baixada Fluminense. O grande evento, organizado e idealizado pela Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, chega à sua terceira edição no Espaço Cultural Sylvio Monteiro mais grandioso do que nunca, consolidando seu lugar no calendário nacional de festivais de qualidade. O festival, que também exibirá quatro longas nacionais inéditos, se estenderá até a quarta-feira 21.
Reperiferia
O festival é uma produção da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, que por sua vez surgiu de um outro projeto, o Reperiferia. O Reperiferia é um projeto social que desde 2004 visa o desenvolvimento e capacitação de expressão artística dos moradores que vivem à margem dos centros culturais. Ele também tem como objetivo dar a oportunidade para que a população da periferia possa se expressar e falar por si próprios da sua realidade, transformando esses jovens em artistas e produtores culturais. Através de oficinas itinerantes de teatro, e posteriormente de outras expressões artísticas, os moradores das áreas onde o projeto atua acabam por criar uma estética própria da cultura da periferia carioca.
A Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu
A partir do sucesso do documentário “Carnaval, Bexiga, Funk e Sombrinha”, dirigido em 2006 por Marcus Vinícius Faustini, que é o criador do Reperiferia, o projeto percebeu a força do audiovisual ganhara com o advento das novas tecnologias. Logo em seguida, o então prefeito do município de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, convidou o cineasta para criar, no distrito de Miguel Couto, a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu em parceria com outro projeto da prefeitura de Nova Iguaçu: o Bairro-Escola.
Com o Bairro-Escola, A ELC já produziu diversos filmes adaptados da obra do escritor Luiz da Câmara Cascudo, onde 120 crianças de 8 a 15 anos das escolas Jamir Clementino e Ana Maria Ramalho tiveram seu primeiro contato com a produção em audiovisual, relacionando-a ao território em que elas pertencem. Elas estudam basicamente animação e documentário. Atualmente a escola está trabalhando, com as crianças dessas mesmas escolas e com a mesma metodologia, a temática de cordel do poeta e músico paraibano Aderaldo Luciano, mantendo sua proposta de dar ênfase à cultura popular.
O IGUACINE
O Festival surge para suprir uma necessidade que o cinema brasileiro dito “não-alternativo” atual também enfrenta. Se nos anos 90 a produção do cinema nacional chegou a quase zero, hoje ela é extremamente ativa, mas sem uma distribuição e exibição condizentes com a quantidade de obras produzidas. Graças ao barateamento promovido pela ascensão da tecnologia digital, à ELCNI e também aos cineclubes independentes da Baixada, o interesse pela sétima arte aumentou entre os jovens desses municípios, bem como o número de produções que aqui foram realizadas. O festival existe também para refletir e dar visibilidade à Baixada Fluminense como um grande e promissor pólo de cinema de grandeza nacional, uma vez que filmes de todo o país foram enviados ao evento.
Ao todo serão quatro mostras:
A mostra Bairro-Escola, onde serão exibidas as produções feitas em parceria do projeto com a ELCNI.
A mostra Baixada, que, diferentemente do ano de 2009, não pode ser realizada em função do pequeno número de inscrições, teve número de inscrições recorde.
A mostra de Instituições que trabalham o audiovisual de forma didática. Tendo essa um debate mediado pela Cléa do projeto FASE.
E a mostra Nacional, com produções de todo o país.
Além dessas mostras, o festival terá como destaque, na Sessão Homenagem, o filme “5 vezes favela” de 1962, que terá a presença de um dos diretores, Cacá Diegues, falando do “5 Vezes Favela - Agora por Nós Mesmos “ de 2010, que ele coordenou e produziu. Será exibida durante essa homenagem uma prévia do filme de 2010. Outro homenageado do festival é o premiado cineasta de animação da Baixada Marão e também a produtora Furacão 2000, pela iniciativa e pioneirismo de apostar no funk carioca como expressão cultural, incluindo seu potencial audiovisual.
A programação completa está no site da Escola Livre de Cinema, cujo endereço é www.escolalivredecinemani.com.br
O Festival por si só já faz seu convite, mas Barnabé Anderson, um dos diretores da ELCNI, reconvida: “ É importante que a população compareça ao festival. Nova Iguaçu está em um momento especial, diferente de anos atrás, onde só figurava nas páginas policiais. Hoje a cidade estampa as matérias de cultura e educação. O Iguacine é feito por Nova Iguaçu e para Nova Iguaçu. Se apropriem do festival”.
Contamos com você lá!
1 Comentários:
Adorei o Yes no título...
YES!!!
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