Arrastão informal

terça-feira, 22 de junho de 2010

por Hosana Souza

A ONG Na Encolha – que dispensa apresentações – comemora neste mês de junho o sucesso de mais um projeto: o Ponto de Cultura Arrastão Cultural. Para entender um pouco mais sobre essa onda de cultura, nós conversamos com Regiana Almeida, auxiliar e coordenadora do projeto, amiga e “um dos braços” de Rafael Soares, o Nike. Os dois começaram a trabalhar juntos em 2009 em uma colônia de férias cujo objetivo era manter em atividade a oficina de grafite de Dante. “Nike tinha esse sonho de misturar o que a comunidade precisava e provocar um Arrastão – daí a origem do nome", conta ela.


Em parceria com o Laboratório Cultural, Arrastão na Encolha atende 150 jovens, com idades de 8 a 25 anos, da E.M. PROFª. Venina Corrêa Torres. O projeto, que vai completar sete meses no fim de junho, oferece aulas de teatro com o professor Leon, percussão com o ex-Rappa Megueba e graffiti com Marcos Piri, sendo a última a mais comentada e freqüentada. “Nós recebemos grafiteiros de toda a Baixada: Miguel Couto, Belford Roxo, Caxias, Mesquita. Antes eles precisavam pagar por um espaço e agora podem aprender e fazer sua arte aqui, de graça”, conta Regiana, que recentemente organizou uma intervenção de grafite no Na Encolha, cuja parte da frente foi repintada pelos participantes do projeto.

A amizade e parceria de Nike com Regiana começaram quando ambos eram estagiários da SEMCTUR. “Eu fui para a Secretaria de Esportes e ele continuou com os projetos”, relembra. Tempos depois, Regiana descobriu que seu noivo era amigo de infância do Nike e a amizade se completou com o trabalho. “Eles eram grandes parceiros. E na mesma época começamos o trabalho no Laboratório Cultural. Aí não deu outra, cheguei no Na Encolha e comecei a cuidar das coisas dele. Sabe como é artista, né?”, diz a alegre Regiana.

Essa singular característica da ONG, de ser um grande quintal, uma grande família, faz com que as relações não sejam forçadas e permaneçam fortes. A liberdade que o projeto ganhou faz com que todos continuem lutando por ele. “Os meninos não precisam de um professor ali", conta Regiana. "Eles podem entrar e mexer nos instrumentos, entrar e desenhar. Está tudo ali, é tudo nosso”.

Para encerrar a primeira fase do Arrastão Cultural, está sendo preparado um grande churrasco, provavelmente na ultima semana de junho, para alegrar e unir ainda mais o projeto. “Que culminância que nada”, brinca Regiana. “Nós queremos e gostamos é do informal. Vamos é fazer um bom churrasco, os meninos tocam, grafitam, montam esquetes. Todos mostrando o que sabem, curtindo o que é nosso, na nossa bagunça, naquele espaço que é a nossa casa”, encerra.

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