por Josy Antunes
“Eu fiz uma reprodução de ‘Duas crianças’ da Fayga. Eu ganhei um ímã de geladeira que tinha essa obra, me interessei bastante por ela e tentei reproduzi-la no meu estilo, que é o estilo do realismo”, contou Bobi, autor de “Dois Meninos”, fazendo referência ao pequeno objeto com que todos foram presenteados por Noni Ostrower – filha de Fayga – durante o primeiro encontro, realizado no dia 20 de junho de 2009, para tratar do projeto e principiar o aprofundamento no trajeto da artista.
O acompanhamento de Noni proporcionou o acesso dos 7 a obras e lembranças que contribuíram para a paixão com que o projeto passou a ser tratado. Vídeos, livros, obras originais e materiais artísticos pessoais de Ostrower, acabaram por traze-la ao convívio com os grafiteiros. “Quando eu fui no Instituto e pude observar as serigrafias e as gravuras dela, tive um impacto muito grande pelo jeito que ela se relacionava com o dourado, que é uma cor diferente dentro das paletas de arte: Muitos consideram como ‘não-cor’. Eu quis colocar alguma coisa disso no meu trabalho, misturado com o que eu já fazia, que é buscar a relação contemporânea com o desenho”, relata Davi, que reproduziu um retrato de Fayga no primeiro dos painéis do “Espaço Vivo”. “A ficha até demora a cair que de um lado está um trabalho nosso e de outro está um original da Fayga, pra todo mundo ver e comparar”, admira o também estudante de artes plásticas da Escola de Belas-Artes da UFRJ.
Juntamente com a inauguração das releituras, uma exposição composta por peças do acervo do Instituto Fayga Ostrower foi aberta ao público e estará em funcionamento até o dia 28 de agosto, de 10 às 17 horas. O lançamento, que foi acompanhado por um coquetel e bate-papo com os artistas, distribui um catálogo com releases e imagens dos grafiteiros, do processo criativo e a história e cronologia de Fayga. Nas páginas, recheadas de singelas informações, a vida da polonesa naturalizada brasileira pôde ser rememorada através das palavras de sua filha. “Do tempo em que morou em Nilópolis, Fayga falava de uma vida extremamente dura: falta de água, de saneamento, mosquitos. Seus dias começavam às cinco horas da manhã para pegar o trem das seis horas e dez minutos. Só chegava de volta às nove da noite, extremamente cansada”, detalhou Noni, curadora da exposição, entre outras informações.
Conheça mais sobre Fayga Ostrower e sua obra: http://www.faygaostrower.org.br/
Para conferir o trabalho de alguns dos grafiteros envolvidos na releitura, acesse: http://www.espacorabisco.com/
A organização da exposição disponibiliza visitas monitoradas para grupos através do telefone: 3659-8377
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