Pontão da Baixada

sexta-feira, 18 de junho de 2010

por Fernando Fonseca

O movimento ‘Enraizados’ é uma organização que trabalha em rede, está presente em 17 estados brasileiros e em 10 países. Ligada ao movimento hip hop, a ong de Morro Agudo utiliza o audiovisual, o teatro e a comunicação alternativa como ferramentas para defender os direitos humanos. Atualmente, tem como objetivo principal a formação e orientação de militantes e grupos artísticos para criação de novas instituições de base com foco no protagonismo juvenil, a fim de interferir no processo social para o combate às desigualdades.

Fundado em 1999 como movimento cultural e, em 2003, tendo seus fundamentos voltados para as políticas públicas de Juventude, esse movimento está irremediavelmente ligado a Comendador Soares, que o grupo pretende mudar com o pode da sua organização. “Trabalhamos em rede e queremos compartilhar essa rede, já que as grandes redes criadas para a cultura praticamente nunca chegam à Baixada Fluminense", afirma Dudu, que pretende investir nos protagonismo juvenil dos pontos de cultural com a utilização dos equipamentos audiovisuais que compõe o kit multimídia. Com mais de 200 integrantes, o projeto de inserir a comunidade de Comendador Soares rendeu ao movimento ‘Enraizados’, apenas nos últimos três anos, prêmios como o ‘Cultura Viva’, o ‘Prêmio Baixada de Comunicação’, o ‘Ponto de Leitura’ e o ‘Mídia Viva’, além da menção honrosa no Iguacine 2010, o Festival de Cinema de Nova Iguaçu.


Sua mais recente conquista é o Pontão de Cultura Preto Ghóez Juventude Digital, cujo principal objetivo é fortalecer o intercâmbio entre os Pontos de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. "Estamos mapeando os grupos juvenis e capacitando-os para trabalhar com o software livre nas áreas de áudio, vídeo, programação visual, programação para web e metarreciclagem", conta Dudu de Morro Agudo, um dos fundadores do grupo Enraizados. A meta do Pontão de Morro Agudo é atingir 56 pontos de cultura até o fim do ano. “A partir dos workshops, serão desenvolvidos um documentário e uma publicação, ambos criados coletivamente, que vão mostrar as atividades culturais realizadas pelas diversas instituições do Estado”, explica Dudu.

Não foi nada fácil a caminhada da ong de Morro Agudo até se tornar o primeiro Pontão de Cultura da Baixada Fluminense. “Nosso ponto de cultura ficou entre os 10 primeiros no edital de software livre do Pontão", lembra Dudu, que se associou ao Movimento Hip Hop Organizado Brasileiro (MHHOB) depois que o Governo Federal anunciou a extinção do projeto Cultura Digital, que tem por finalidade dar suporte aos pontos de cultura. Esse edital tinha como meta descentralizar os pontos de cultura do Estado, a fim de levá-los para lugares além dos grandes centros urbanos. "Assim que lemos isso, vimos que tínhamos chance!" O grande problema foi no resultado, pois os dois vencedores inicialmente anunciados eram do Rio de Janeiro, sendo um deles o Circo Voador. "Pedimos que eles nos explicassem o resultado e, embora tudo tenha sido muito confuso e complicado, no fim conseguimos! Fomos o primeiro a se tornar Pontão de cultura em Nova Iguaçu, e hoje somos reconhecidos nacionalmente”, orgulha-se.

Quem quiser participar das oficinas de produção de vídeo, áudio, produção gráfica, programação de Internet e metareciclagem (montagem e manutenção de micro) do Enraizados, deve mandar um email para o pontao@enraizados.com.br ou procurar a própria instituição, que fica na Rua Thomaz Fonseca, 508
Comendador Soares. Para obter maiores informações, consulte o site http://www.enraizados.org.br./