Diversidade da língua

segunda-feira, 26 de julho de 2010

por Abrahão Andrade

O Festival do Teatro da Língua Portuguesa, o FESTLIP entrou em sua terceira edição em terras cariocas. O festival reúne grupos de teatro de países da língua portuguesa, possibilitando um singular intercâmbio cultural promovido através da arte. A recíproca se mostra verdadeira em alguns grupo, que, ao mostrarem um pouco de seu país de origem no palco, se utilizam de elementos do folclore brasileiro. Além dos 15 espetáculos teatrais inéditos, houve exposição de fotografias, palestras, leituras, oficinas, mostra gourmet durante todo o período do FESTILIP no Restaurante 00 e uma festa com nomes importantes da música brasileira e dos países participantes no Teatro Odisséia, na Lapa, Centro do Rio.

A novidade nesta edição foi a inclusão de países que não haviam participado das edições anteriores, como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Brasil, o pequeno arquipélago de São Tomé e Princípe e o Timor Leste. Segundo os organizadores, os espetáculos têm o propósito de mostrar a diversidade e as vastas semelhanças de países que um dia já foram colônia. “A promoção da língua portuguesa em sua diversidade é uma notória ferramenta que fortalece a cultura de um povo, além da nossa visão de mundo”, diz Luiz Lobianco, produtor do evento.

O evento nasceu em uma viagem da atriz e produtora cultural Tânia Pires (TALU Produções e Marketing) a Moçambique, onde aproveitou as aulas de teatro para conhecer de perto as manifestações artísticas daquele povo. Essa experiência motivou a atriz a fazer uma pesquisa sobre teatro em países de língua portuguesa. Surgia então o FESTILIP.

O interessante do evento é enxergar que, além dos laços linguísticos, nós brasileiros temos muito a partilhar com nossos amigos africanos. A peça “O pagador de promessa”, peça de Dias Gomes que foi consagrada com uma Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1962 ao ser adaptada para o cinema, chegou ao FESTLIP com atores de São Tomé. Um dos espetáculos mais concorridos do festival foi ”Olímias”, inspirado nas poesias do escritor angolano Adriano Botelho de Vasconcelos.

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