por Felipe Branco
Há quem pense que as crianças de hoje não gostam de ler e se limitam à televisão e joguinhos eletrônicos. As crianças da Escola Municipal Luz de Lemos e os jovens do bairro Carmary mostram que são diferentes. Eles participam do projeto de incentivo à leitura “Leitura no Meu Bairro”, coordenado pela pedagoga Aline Velasco, do Núcleo de Educação e Ação.
O projeto é um pontinho de cultura que funciona num espaço junto à casa de Aline e próximo da escola. Conta também com a parceria da creche local do município e com o apoio do grupo Abadá Capoeira, do mestre Nagô, também contemplado com o edital dos pontinhos de cultura. São poucas as oficinas realizadas na própria escola, cujo espaço é relativamente pequeno. “Fazemos isso como forma de incentivar outros adolescentes”, conta a coordenadora, que lamenta não ter conseguido sensibilizar a direção da escola de modo a poder usar o espaço de leitura.
O projeto tem como objetivo fazer a criança reaprender a ler e a escrever, ampliando seu leque cultural por intermédio de jornais, revistas, livros de literatura, contos, poemas e até leitura visual. “Nós costumamos fazer interpretações e discussões de pequenos trechos dos livros que lemos. Discutimos o que está acontecendo pelos jornais e revistas e vemos como é a estrutura, como modificar, o que pode ser feito”, acrescenta Aline, que está sempre buscando meios de variar para não cair na mesmice, "como a escola".
As oficinas geralmente são realizadas em locais alternativos, para deixar os jovens mais à vontade. Há vezes em que eles saem às ruas e registram o que foi observado, depois de muita discussão, por intermédio de desenhos ou textos. Outra coisa interessante é a “contação de história” para as crianças da creche, durante a qual usam fantoches para tornar o enredo mais atraente para os pirralhos. "No dia 18 de abril, dia do livro, elas criaram um cenário e cada jovem contou histórias como as do Sítio do Pica-Pau Amarelo, Chapeuzinho Vermelho e outras fábulas conhecidas para as crianças da creche".
As oficinas funcionam com até 20 alunos, mas não com menos de 10. São alunos na maioria do sexto e sétimo ano, com idades entre 12 e 15 anos. Mas o projeto está sempre aberto a receber alunos que não sejam da escola ou que sejam de idade diferente. As atividades vão de terça a sábado, e a cada 15 dias há um encontro com o projeto capoeira de Mestre Nagô. Ana Carolina e Sílvia Viana são duas das voluntárias do projeto. O projeto se mostra muito parecido com um dos princípios da Escola Livre de Cinema e o projeto Minha Rua tem História, onde os alunos são estimulados a perceber e documentar o bairro ou o território em que vivem, além de primar pela valorização e ampliação cultural fora dos muros da escola.
Pontinho de leitura
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Marcadores: Bairro-Escola, Felipe Branco
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