por Fernando Teixeira
Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu
“Recebemos mais de 400 inscrições. Na primeira fase, avaliamos as
redações dos candidatos e sobraram apenas 184 alunos”, conta Cíntia Monsores, secretária da Escola Livre. O interessante de se ressaltar nesta fase é que os escolhidos para a próxima etapa não foram os alunos que escreveram suas histórias em perfeito grau de concordância e coesão, mas os que souberam contar uma boa história. Com base na premissa de que a língua portuguesa não se apresentava como critério de reprovação, a Escola Livre de Cinema deu oportunidade também a possíveis alunos semianalfabetos. “Na segunda fase, os 184 alunos foram entrevistados por doutores da UFRJ e jornalistas do jornal O Globo. Dessa fase sobraram apenas 82 alunos”, explica. Cíntia conta ainda que houve uma terceira e última fase, onde os alunos passaram por uma banca avaliadora formada por Cristiane Braz, Anderson Barnabé e Raul Fernando, respectivamente diretora,
coordenador e professor da Escola Livre de Cinema. “Foi assim que surgiram as duas novas turmas da Escola Livre de Cinema. Dessas duas novas turmas, uma é voltada para roteiro, e é ministrada pelo Raul, a outra é ministrada pelo Cleiton e é voltada para animação”, diz Barnabé quanto à formação das turmas.
A mágica desse conto, porém não se encontra no brilhantismo dos seletos alunos, nem tampouco em todo esse trabalho de seleção, mas sim
nas intenções da escola para com essas duas novas turmas. “Desde 2006
estamos desenvolvendo metodologias diferentes com as turmas que se
criam. Assim como as metodologias mudam, os professores mudam também a
cada ano. Só não muda é a discussão do território”, conta o coordenador. Com duração de quatro meses, as aulas da Escola Livre de Cinema terão duas etapas. Na primeira, que durará apenas dois meses, as turmas irão trabalhar separadamente técnicas de linguagem e
abordagem específicas de seus módulos; já na segunda etapa, as turmas
se juntarão para trabalharem em cima de um dispositivo, como se fosse
um tema direcional, que será implantado pela Escola. “Eu espero que
consigamos passar para os alunos os procedimentos que permitam a eles
produzirem aquilo que eles quiserem”, conclui.
Essa metodologia se encarrega de fazer com que os alunos entendam que
o seu olhar sobre o seu território pode virar filme. É dar oportunidade de a periferia contar histórias da própria periferia que nunca foram contadas antes, em pleno grau de pertencimento. Aos olhos da diretora Cristiane Braz, a Escola Livre funciona como o meio de instrumentalizar minimamente os alunos para que eles possam e saibam produzir a partir de uma determinada demanda. “Espero que eles entendam os caminhos para poderem trabalhar com essa demanda externa dos dias atuais. A intenção não é que eles façam disso um mecanismo unicamente de expressão individual, mas também que eles desenvolvam suas capacidades de diálogo com o público externo. As mídias de hoje estão ao alcance de todos. Queremos gerar o procedimento para que eles possam trabalhar com seu interno e o externo”.
Captando toda essa essência, podemos dizer que a Escola Livre de Cinema é muito mais uma escola de pensamentos que uma escola de cinema. Que esses novos pensamentos sejam capazes de criar e recriar
com beleza no audiovisual o elemento presente na vida de todas as pessoas: seus próprios territórios subjetivos.
E. M. Ana Maria Ramalho
Dando mais vida e beleza à Cultura Brasileira, vimos acontecer a tão aguardada e movimentada festa caipira da Escola Municipal Ana Maria Ramalho. O motivo de tanta agitação? É que a verba arrecadada com a festa será revertida, assim como em todos os anos, para a festa dos dias das crianças.
Os quase mil alunos do primeiro segmento e seus responsáveis foram convidados a desfrutarem de comidas típicas, jogos, brincadeiras, danças, coroações e outras atrações a preços populares. Aproveitando a festa também, encontrava-se a secretária de educação de Nova Iguaçu, Dilcéia da Rocha Quintela. Maria Célia, diretora geral da escola, conta que a festa se realiza anualmente graças ao esforço e emprenho das professoras da escola. “Foram elas que doaram todas as prendas para os jogos, organizaram as danças e as barracas”.
Dentre os 47 funcionários da escola ativamente presentes na festa, encontrava-se a professora da turma do quinto ano, Natália Cristina, que diz estar muito contente com o resultado. “A festa da nossa escola já é tradição em Miguel Couto, sempre lota. As crianças e os pais esperam o ano todo pra ela acontecer”. Natália conta ainda que a festa realizada com o dinheiro arrecadado no dia das crianças é voltada para todas as crianças da comunidade, não apenas para as crianças que estudam na Escola Ana Maria Ramalho.
Aproveitando o espaço e a oportunidade, Cláudia Lau, diretora adjunta da Escola, anuncia que no mês de agosto sairá a segunda edição do jornal Ana Maria Ramalho, um jornal criado pelos alunos da escola com supervisão da coordenadora de práticas políticos pedagógicas, LucieneSilveira.
Dois eventos, centenas de pessoas, uma ideia: Em Nova Iguaçu todo mundo é cultura!
22 Comentários:
é interessante ver a evolução nos métodos abordados anualmente pela equipe!
ELCNI se superando a cada ano.
Parabéns!
Amo a Escola Livre, já fui aluna. bom saber que os métodos são diferenciados. deu até vontade de voltar! rs. bjs
amoooooooooooo muito td isso!!
Fernando, obrigado pela abordagem e clareza da matéria. Hoje, vejo tanto a Escola Livre de Cinema quanto os jovens reporters misturados com a cidade e discutindo-a.
Parabéns.
Gosto muito das matérias do Fernando Fonseca.
Essa não fugiu as regras.
Parabéns pelas informações passadas.
saudades da Galera de NI.
parabéns pelo trabalho feito pela Escola Libre!
bjs
CineTela Brasil*
como faço pra me inscrever??
João
mais informações:
http://escolalivredecinema.blogspot.com/
Que bafo ver que coisas legais acontecem no campo cultural em NI. Curti a ideia final: Em Nova Iguaçu todo mundo é cultura. Arrasem!
cinéfilos de NI. agarrem essa oportunidade!!
parabéns ELC.
abraços,
Humberto Lopes
Cara, eu acho o trabalho da ELC absurdamente interessante. Pena que é num período tão pequeno: só 4 meses.
eu também acho!
ano que vem eu vou me inscrever. =]
tenho menos 16 anos, será q dá??
perdi as inscrições esse ano... =/
já ouvi falar muito da ELC.
ano q vem sou eu, e que venham novos métodos!
bjos
Su*
Adorei. A Cultura em Nova Iguaçu deve e pode ser comentada e bem explorada. Afinal, a cidade tem potencial e público para atrair grandes expressões culturais e sociais. Cabe a todos nós divulgar essa idéia.
já fui aluno tbm!!
amo tdos lá!
abraços pra todos da escola.
Bruna
saudades!
quero fazer uma visita.
qualquer dia apareço por ae!
bjs
esse lugar é um sonho
pelo tanto q eu já ouvi!
quero conhecer.
Jonathas Albuquerque \o>
yeah!!
so fuckery nice!
I want too.
John
Parabéns pelo trabalho!
É muito importante que tenha um trabalho que envolva e valorize a cultura.
As matérias de Fernando Fonseca são ótimas. Parabéns por mais essa matéria, é importante a divulgação do Escola Livre.
gentem aaaaaaaaamo esse lugar!!
de paixones!
besos a todos. s2
Bom saber dos caminhos que permeiam o campo o audiovisual na Baixada Fluminene.
Acessibilidade à esse tipo de Cultura em áreas periféricas precisam ser divulgadas.
belo trabalho da Escola. Bom texto.
Ozeas Brito.
graaande Raul!!
Postar um comentário