por Joaquim Tavares
Hoje, no teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, às 11 horas da manhã, houve a apresentação de uma pesquisa sobre a Biblioteca Central Professor Cial Brito. Realizada pelos jovens da Escola de Pesquisadores de Nova Iguaçu, tinha como objetivo observar e analisar o dia-a-dia do lugar.
“Essa pesquisa serviu para fazermos um monitoramento do funcionamento da biblioteca. Fizemos um estudo piloto sobre a ‘vida’ dessa biblioteca, que é um referencial aqui em Nova Iguaçu", conta a antropóloga paulista Marcella Camargo, coordenadora do projeto.
Planejada em 2009, a pesquisa mobilizou cerca de 30 jovens entre setembro do ano passado e o último mês de abril. O trabalho de campo foi feito através de questionários de papel e on-line, disponíveis na própria biblioteca. Cento e quarenta e uma pessoas preencheram o questionário, sendo que 107 responderam o formulário de papel e 34 responderam on-line.
A pesquisa tentou identificar o perfil do usuário, o grau de satisfação apresentado por ele no ambiente analisado e as expectativas que ele tem em relação à biblioteca. Você pode se perguntar: para que tudo isso? A resposta é simples. "Conhecendo quem frequenta esse lugar, fica mais fácil saber onde o poder público deve investir", afirma Marcella Camargo.
A pesquisa constatou um novo uso para a biblioteca. "Antes, as bibliotecas eram meros lugares onde se encontravam livros", explica Marcella Camargo. De acordo com a pesquisa, a biblioteca agora integra as pessoas com diversas atividades, muito além dos livros. Uma das novidades são os computadores com livre acesso à internet. "Isso demonstra que nem todos que frequentam o espaço vão apenas em busca de livros", conta a coordenadora. Dois usos verificados pela pesquisa foram o estudo das matérias ensinadas na escola e como espaço para conversar.
A pesquisa mostra, no entanto, que 56% dos usuários ainda procuram a biblioteca com o intuito de consultar seus livros que a biblioteca. A maioria dos frequentadores é de mulheres - 58% do seu público é feminino. Outros número importante mostra que a biblioteca é um espaço por excelência do jovem estudante brasileiro: 66% dos seus frequentadores estão matriculados em alguma escola e a idade deles varia entre 14 e 25 anos.
O trabalho coordenado por Marcella Camargo também analisou o período que a biblioteca Cial Brito foi fechada para obras: 64% dos frequentadores ficaram sabendo da reabertura pelos amigos, enquanto jornal, internet e escola, juntos, totalizam apenas 6% [2% jornal, 4% escola e 0% internet]. "Esses últimos números mostram que os frequentadores indicam a biblioteca a seus amigos, o que é bom e mostra a qualidade do local. No entanto, como parte negativa, falta divulgação por parte da mídia e da própria escola."
O grau de satisfação dos usuários é dos melhores: 99% apontaram a biblioteca como ótima ou boa e apenas 1% a achou regular. Também é expressivo o percentual de frequentadores que encontram os livros que precisam: 82%.
“É a nossa biblioteca, assim que devemos pensar”, diz Malena Xavier, supervisora da biblioteca desde 2005. Moradora de Nova Iguaçu, Malena Xavier se orgulha do trabalho que fez para tornar a biblioteca um exemplo para a cidade. "Quando cheguei aqui, a biblioteca apresentava muitas deficiências", conta. Uma das principais limitações da Cial Brito era que no passado seu acervo estava restrito a livros escolares.
O Secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu, Écio Salles, revela que pesquisas como essa serão desenvolvidas em várias bibliotecas da Baixada Fluminense, ajudando assim a avaliar e atender às necessidades de cada uma delas, melhorando seu funcionamento. “O mais importante nessa pesquisa é fazer valer a biblioteca como um local que não existe por si só. A biblioteca se integra num ambiente mais amplo com a participação de todos.”
Vida da biblioteca
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Marcadores: Baixada, Joaquim Tavares
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1 Comentários:
Respondi o questionário online lá na biblioteca. Ótimos resultados!
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