por Jefferson Loyola
Ás 19 horas de sexta-feira, 03 de setembro, a movimentação no pátio do Sylvio Monteiro já era intensa. Estava sendo o penúltimo dia da semana da diversidade e haveria a apresentação do espetáculo teatral “Vidas diversas”, umas das peças mais comentadas dentro da comunidade LGBT, da igreja cristã contemporânea. O espetáculo teatral recebeu uma moção do Instituto Arco-irís de Direitos Humanos como forte instrumento de combate à homofobia religiosa. A peça aborda a história de dois amigos gays que se reencontram depois de anos e trocam experiências sobre temas polêmicos como intolerância religiosa, relações homoafetivas e autoaceitação. O evento foi realizado pelo Grupo 28 de junho, incentivando a cultura LGBT no município de Nova Iguaçu entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro.
O inicio do espetáculo é marcado por um “ballet” masculino e por um rapaz cantando uma música gospel. Logo em seguida ocorre o encontro entre os dois amigos – Tiago e Beto – ambos homossexuais e que frequentavam a mesma igreja na infância. Beto é expulso de casa após o pai descobrir seu relacionamento com um homem, após isso, passa por várias situações constrangedoras em sua vida, como ser convidado por um amigo a se prostituir para a cafetina Madame Sofia, e receber do mesmo critica sobre seu namorado, que não tem como ajudá-lo ao estar despejado. “Quem manda namorar pobre, bicha pobre é o oh”, disse um dos personagens a Beto.
Uma das coisas que me confundiu quando assistia ao espetáculo é a troca de nomes entre os personagens, onde os únicos nomes fixos são os dos dois amigos. “Brincamos com os nomes, trocando em todos os momentos, para mostrar que o que acontece na minha casa, pode acontecer também na do vizinho”, contou Cristiano, ator que interpreta o personagem Tiago. A história diz exatamente como é o mundo para os homossexuais. Mostra a procura de homens na internet pelos sites de relacionamento, a idade que não é bem aceita, pois quando se é novo, todos os outros querem, mas passou dos 30, a “mercadoria”, como tratam os homens pelo mercado de homens existente na peça, é desvalorizada, além de outras coisas.
O espetáculo “Vidas Diversas” e composto de um elenco de vinte integrantes, todos membros da Contemporânea. “Esta peça conta a história de cada um de nós que estamos aqui, inclusive as duas mulheres vão se casar no dia 7 de setembro”, disse Pastor Fabio, em relação às histórias dos personagens e ao casamento das duas mulheres e que na peça sofrem preconceitos dentro da igreja por serem lésbicas. Um dos pontos que a Igreja leva em conta na peça é o preconceito existente dentro da religião contra o homossexualismo, aliás, um dos pontos importantes na peça. Além de fazer criticas a interpretação das pessoas que segundo a bíblia, o motivo da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra foram as relações homossexuais de seus habitantes. “Foram destruídas por causa de estrangeiros que eram forçados a fazerem sexo, por serem cidades com tamanha perversidade”, afirma uma das personagens.
A peça se encerra com um ballet clássico misturado com contemporâneo, além de a peça ter muitas imagens contemporâneas. Uma das grandes curiosidades em relação à peça é que ela estreou a um ano no mesmo local. E depois de um ano, volta a ser apresentada no Espaço de Cultura Sylvio Monteiro pela primeira semana da diversidade. Toda a peça é baseada em histórias reais, e em argumentos do livro “A Bíblia sem preconceito”, do Pr. Marcos Gladstone, fundador da igreja cristã contemporânea. “Estão todos convidados no dia sete de setembro para o aniversário de anos da igreja cristã contemporânea e para o casamento das duas irmãs”, finalizou Pastor Marcos, casado com o Pastor Fabio.
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