Desassossegos da vida

terça-feira, 27 de julho de 2010

por Renato Acácio

Na noite da última sexta-feira o Espaço Cultural Sylvio Monteiro foi palco de uma bela e multimídia celebração tripla: o dia do escritor, o centenário da escritora cearense Raquel de Queiroz e o relançamento do terceiro livro do escritor carioca Julio Ludemir, “Lembrancinha do Adeus”. A noite foi aberta com a sempre bem humorada poetisa iguaçuana Lirian Tabosa, que fez uma breve palestra sobre aquela que no seu entender é a melhor escritora brasileira. “Jamais alguém escreveu sobre a seca como Raquel”, disse Tabosa, cuja admiração pela autora de O quinze sobreviveu inclusive à decepção com o apoio de Raquel de Queiroz ao regime militar imposto ao país em 1964.

Em seguida à apresentação de Lirian Tabosa, o público pôde assistir ao curta metragem documentário “Não me deixes”, que Cecília Araújo dirigiu para a série Mestres da Literatura da TV Escola, disponível no site Domínio Público. O documentário aprofundou a discussão iniciada por Lirian Tabosa, mostrando as influências e esquisitices daquela que foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras.

A verdadeira face

por Mayara Freire

Na noite de sábado 17 de julho, a banda Maldita esteve no Studio B, apresentando o show da turnê do novo trabalho, “Nero”. Com muita energia, a banda contagiou a todos com a expressividade dos integrantes da banda, em especial o vocalista Erich Mariani, que entre uma música e outra falava sobre as músicas apresentadas e sobre religiões de forma irônica. Nem pareciam com os rapazes gentis e atenciosos que entrevistei na noite anterior. O reduzido espaço do Studio B permitiu que os fãs da Maldita sentissem o “feeling” da banda bem de perto.

Quando entraram no palco, os quatro integrantes da Maldita estavam sem camisas, com a capa do álbum de fundo, com o bumbo da bateria com a imagem da Maldita, que existe desde o início da banda, e Erich, com uma máscara que foi retirada depois da primeira música. Não sabia o que esperar ao entrevistar uma banda que fala de sentimentos tão obscuros e contestadores. Entretanto, todos foram muito simpáticos ao garantir que jamais deixarão de ser uma banda underground.

Há cinco anos, eles tocavam em Mesquita, o famoso espaço debaixo do viaduto, que era dedicado a bandas de rock independentes. Desde então, a banda já tocou em grandes eventos, ganharam visibilidade e abriu shows para bandas famosas, além de ter emplacado alguns clipes na programação da MTV. Nesta nova turnê, a banda fará shows em São Paulo e Rio de Janeiro. E dizem com personalidade: “Não nos importamos em nos expressar como queremos. Há quem goste ou não. Temos o nosso público”.

Donos do pó

por Yasmin Thayná


Nas últimas noites de julho, a cidade de Nova Iguaçu tem tido várias lembranças. Na noite seguinte ao lançamento do romance ‘Lembrancinha do Adeus’, do escritor pernambucano Julio Ludemir, houve a ‘lembrancinha do Pó de Poesia e Entrelinhas.’

O Espaço Cultural Donana, em Belford Roxo, recebeu no último sábado amigos, poetas, escritores, músicos, enfim, artistas. Apesar de eventos como este contar sempre com adultos, dessa vez não foi assim. As crianças invadiram esse universo e viram os pós de poesia caírem sobre o chão daquele dia.

Além do poeta Jorge Cardoso, marcaram presença no sarau Sergio Salles, do Gambiarra Profana, e Márcio Rufino, do Pó de Poesia. O que mais chamou atenção do público, tanto infantil quanto adulto, foi a performance desses artistas, que recitaram seus poemas tão vontade como se estivessem em casa. Eles pulam, gritam, balançam as pessoas, caem no chão quando estão recitando. É uma dinâmica diferente e interessante que eles adotam, quebrando a monotonia da leitura.

 
 
 
 
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