Noite encantada

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

por Marcelle Abreu


Dizem quem amor verdadeiro não existe mais, que hoje as pessoas não querem firmar um compromisso e apenas curtir. Será mesmo?

Amei ou pensei ter amado um certo alguém que na época só me fez mal. Deixei de acreditar no amor. Tudo parecia perdido e sem sentido. Meses se passaram, amigos tentaram me mostrar que poderia aproveitar sem tê-lo comigo, mas sabe como é, a gente sempre acha que as coisas podem mudar e tudo voltar ao normal e enfim estar ao lado de quem se ama, até que esse dia não chega e você se vê sem rumo.


Você tem escolhas: seguir em frente e fazer diferente ou ficar sofrendo, esperando algo que não vai voltar. Não que você não mereça, mas às vezes pensamos que o que queremos é o certo, mas só lá na frente a gente pode entender que tudo que vivemos era necessário. Cada lágrima derramada, cada noite mal dormida, cada aperto no peito que parece não cessar, tudo isso faz parte. Na hora parece uma dor insuportável, porém passa. Só depende de você querer que ela passe.

E se você resolve dar uma chance para o amor e para você, quem sabe essa história não possa ter um rumo diferente? É, foi assim que aconteceu comigo. Foi sem planejar, sem ao menos esperar. Lá estava ele, calça jeans, camiseta preta, e um topete que parecia ter demorado horas para ser arrumado. Mas não foi assim de primeira que eu soube ser a pessoa certa. Dizem que na primeira troca de olhar, você sabe que é a pessoa, mas não sou de seguir regras. Não foi de primeira, nem segunda, terceira. Foi gradativo.

30 de junho de 2007. Já nos conhecíamos. Malhávamos na mesma academia, porém sem muito contato. Os amigos dele me falavam a seu respeito, mas para mim ele era apenas um garanhão, um idiota que não deveria saber nem ao menos quanto é 1+1. Pré-julgamento não é legal. Enfim, nos esbarramos numa festa, ele com os amigos e eu com as minhas. Ele veio até mim e eu como sempre não dei idéia, até que um pensamento me veio à mente. Arrisca. Para de ser boba e aproveita. Larga de ser idiota e ficar pensando em alguém que não vale a pena e foi onde tudo começou. Foi legal, nos divertimos. Ali pude perceber que estava um pouco enganada, ele era legal, porém apenas isso.

A festa acabou e tudo voltou ao normal. Dia seguinte, sempre tem as perguntas: e aí, o que achou? Ele é legal? Gostou dele? Mas tenho que admitir, não mexeu comigo. Parecia que não tinha acontecido nada. Voltei a minha rotina, escola, academia, casa. Nos esbarrávamos às vezes. Ele sempre falava uma gracinha, me deixava sem graça e às vezes irritada, mas era só. As amigas sempre perguntando, fazendo piadas, mas só. Até que eu me peguei pensando nele, querendo passar por onde ele estaria e querendo conversar. Algo já tinha mudado. Aquele garoto que antes eu considerava um mané, tinha ganhado minha admiração. Inteligente, bonito, simpático e educado. É, eu errei e feio quanto a minha primeira análise.

Um mês se passou, já estávamos mais próximos e o destino, bem, só pode ter sido. Não vejo de outro jeito. O destino se encarregou de dar mais uma chance pra gente. Não lembro o motivo, mas fui malhar mais tarde e ele estava lá. Nesse dia não havia ninguém para eu voltar para casa. Estava anoitecendo e ele perguntou onde eu morava. Não era seu caminho, mas dava para ele me deixar em casa e ir para a dele. Aceitei a companhia.

Terminamos de malhar e iniciamos nossa caminhada. A noite estava linda e chuviscava. Ao longo do caminho comecei a sentir um pouco de frio, ele me abraçou, mas apenas para me esquentar. Chegamos a minha casa. Era pertinho. Eu comentei que estava chovendo, mas sem afirmar e até hoje quando penso estar chovendo, me pego olhando a lâmpada do poste para confirmar.

Enfim, a despedida. Não sabia como agir, o que falar. Perdi a consciência por alguns segundos. Bem, olhei para ele e disse: “então, tá. Obrigada”. Ele me olhou nos olhos e me puxou. Como num filme, ele me beijou e foi tão lindo.

Entrei em casa e parecia uma criança, rindo à toa, tudo era bom. O sorriso não saía de minha face. Que sensação estranha, inexplicável. Pra mim, foi naquele momento o primeiro beijo, o primeiro encontro. A primeira troca de olhares. Desde então, descobri que para ser feliz só depende de nós.

Devemos acreditar, ter em mente que tudo vai dar certo e que seremos felizes. O par perfeito existe sim. Histórias de amor, não são apenas retratadas em filme. Você pode ter a sua, mas ficar em casa sentada ou desacreditada não vai levar a lugar algum. Viver é maravilhoso e quando se tem alguém do lado é tão melhor.

Hoje estamos juntos há três anos e sete meses. É, para quem tinha perdido a fé no amor e achava que felicidade era coisa do passado. Me equivoquei um pouco, não? Faz parte. A gente nunca tem todas as respostas e quem disse que temos que acertar de primeira? O passado nos ensina a acertar no presente e assim quando se encontra a pessoa certa, pode-se viver intensamente sem medo do futuro, pois esse é reflexo do que vivemos hoje.

2 Comentários:

Nós espiritas falamos que o acaso não existe e no seu caso tudo estava para acontecer assim como foi o encontro com a minha namorada

Anônimo disse...

Que matéria irrelevante! Não gostei...
Faça um blog pessoal!

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