Guerreiros na Dutra

quarta-feira, 2 de março de 2011

por Larissa Leotério

"Eu tinha uma banda na cidade pacata de Belford Roxo, chamada Mazé. Eu queria tocar e não tinha onde tocar. E os lugares que tinham não eram muito bons, som era ruim, bandas ruins...". Unindo rock e o meio cineclubista, surge o CineRock, em 2009, com a intenção de criar um bom espaço para a boa música e, já que estavam todos lá, no Centro Cultural Donana, por que não exibir uns filminhos para a galera?

Tudo isso quem conta é nosso companheiro de projeto Rodrigo Caetano, um dos idealizadores do CineRock, que teve sua terceira edição dia 26 e contou com a projeção de 10 curtas, além de 4 bandas. Além da diferença na produção, ressaltada por Rodrigo, a maior diferença entre o 3º CineRock e os outros foi o local: "As outras edições aconteceram no Donana; depois de 15 anos de bagunça, poeira e disco raro, arrumamos tudo e decidimos que seria lá. E divulgação, basicamente, pela internet."



A falta de parceiros e de dinheiro acabou fazendo bem ao grupo, que começou a descobrir meios de promoção do evento, além das muitas parcerias, como a do Coletivo Anticinema e Cineclube Goteira: "Tudo aconteceu porque fomos muito guerreiros". Na primeira edição, Rodrigo conta que só queriam tocar e agora veem com mais profissionalismo. E o profissionalismo fez toda a diferença, inclusive na qualidade das bandas e dos trabalhos a serem expostos: "Conseguimos chegar a lugares que não imaginávamos", conclui.

Quem conhece alguns dos produtores do CineRock sabe da eficiência dos rapazes nos recados em sites de relacionamento e constantes e-mails. "Meio que sem querer, as pessoas vão conhecendo e achando bom receber sempre notícias sobre o que está rolando, sendo atualizadas". Já pessoalmente, eles contam que vão direto ao que é o público deles: os cineclubistas, lojas de disco e público jovem.

É mesmo para viver disso! O grupo quer fazer do evento um cartão de visitas para o grupo e suas produções. Isso explica a busca pela formação universitária como produtor cultural. Rodrigo, que está no quarto período do curso no IFRJ, explica que organizar com o olhar mais profissional faz toda a diferença. "Não tínhamos know-how e mal organizávamos a festa de aniversário do primo", exemplifica. Explica ainda que o CineRok tem um acréscimo de credibilidade nessa edição. Por terem começado no Centro Cultural Donana, e em três anos estarem no SESC, as pessoas começam a notar o amadurecimento do projeto, a melhora na estrutura para os artistas, por exemplo. Ele vê com um carinho diferente este último aspecto, por também ser músico.

Além da credibilidade, o evento ganha ainda mais peso e visibilidade por acontecer no SESC. "É engraçado ver um outdoor com nosso evento na Dutra. Mesmo que seja ao lado da Nany People", se diverte.

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