por Hosana Souza
Atraso. Pela primeira vez em dois anos de projeto essa palavra não fará referência a mim. Não cheguei pontualmente às duas da tarde, confesso. Mas estava lá antes do novo secretario da SEMCTUR, que se atrasou, pois estava se despedindo de seu ex-cargo: chefe de gabinete da SEMASPV.
Batata. É o nome, apelido, referência de Anderson. Um homem de 31 anos, baixinho e quase calvo. Que chegou de terno grafite e blusa azul-claro, na mão um tablet.
Curiosidade. E até um tanto de amedrontamento. Em uma grande roda, os jovens repórteres se espalhavam pelo piso de madeira do Espaço Cultural Sylvio Monteiro. Na cabeça milhões de perguntas, no coração a grande dúvida sobre o futuro do projeto.
Dedicação. O novo adjunto é o já conhecido Romulo Salles, do Laboratório Cultural – um dos mais atuantes Pontinhos de Cultura na cidade. “Ver o Romulo me trouxe certo alivio”, confessou uma de nossas autoras. Decerto, a figura dedicada e falante do Romulo, que passou de estagiário como nós a autoridade cultural da cidade, mostrava um sinal positivo para o desenrolar da reunião.
Expectativa. Todos estavam ansiosos pelas palavras de Anderson Batata, palavras que seriam as primeiras. O recém-nomeado Secretário de Cultura de Nova Iguaçu teve como primeira ação se reunir com o grupo Jovem Repórter. Sentou no chão sem medo, falou e deixou falar.
Familiar. As histórias de Batata e de Romulo se iniciaram como a minha, a nossa. Estagiários de Nova Iguaçu, ferrados, que conseguiram entrar em uma universidade pública e ao mesmo tempo crescer dentro da empresa em que trabalhavam; nesse caso, o tão volúvel pode público, a Prefeitura de Nova Iguaçu.
Gabinete digital. A ideia é inovadora; implantada pela primeira vez no estado do rio Grande do Sul e que será reproduzida em Nova Iguaçu. “Vamos propor uma ligação direta entre a secretaria e a população”. Ligação direta entre o secretário e os agentes culturais, que podem rápida e simplesmente adicioná-lo no Facebook e falar em público ou particular sobre o assunto que desejar.
História. “Cada um é protagonista de sua história”, disse Anderson Batata, que já foi responsável pela Secretaria de Juventude, em um movimento partidarista no inicio do primeiro mandato de Lindberg Farias, propôs que cada um se permitisse a autoria dessa nova fase da Secretaria de Cultura.
Iguais. O mais jovem secretario da Prefeitura Municipal fez questão de deixar claro que “se alguém quiser falar comigo que me pare no corredor, não tem terceiros”. O diálogo em pé de igualdade, não apenas com a juventude, é o grande legado que a nova secretaria pretende deixar.
Juventude. A palavra mais utilizada pelo novo secretário e sua equipe, que propõe um debate maduro, mas com o tão desejado espirito jovem. Anderson Batata pediu, inclusive, que os jovens da Secretaria organizassem sua posse até o final do mês. “Vamos fazer algo mais do que cumprir um protocolo”.
Luta. O secretario, assim como o prefeito que o acolheu, fez história no movimento estudantil e sua fala, carregada de planos e lembranças, estendeu a reunião até as 17h30.
Multidão. Presentes em peso não há espaço que seja suficiente para o universo jovem repórter. Quase trinta jovens que espalhados e espremidos lado a lado pelo chão ouviam as palavras de Romulo Salles e Anderson Batata.
Novela. “Será que o projeto vai acabar?” A cada troca de secretário ou qualquer mudança no governo, o drama quase mexicano, abraça os participantes e apaixonados pelo Jovem Repórter. A secretaria que já teve mais de 1500 jovens circulando não pretende acabar com um dos maiores meios de comunicação da cidade, para alivio geral.
Olhares atentos dos jovens repórteres que se revezavam entre celulares, computadores, câmeras, papeis e perguntas. Enquanto alguns poderiam aproveitar o primeiro encontro com o novo secretário para autopromoção ou para pedidos sem fim, Anderson Batata se tornou para o CulturaNI a pauta do dia.
Poder? “Não sou o secretário, estou como secretário”, disse Anderson com sua voz calma, compreendendo que cargos públicos são passageiros e não trazem poder, mas sim responsabilidades.
“Quem não quer dialogar não tenha rede social. Todos vão falar diretamente comigo sem precisar marcar em agenda”, disse o sempre on-line Batata.
Respostas. Todas as indagações foram respondidas ou anotadas. Mais do que cumprir sua função, o novo secretário se mostrou interessado no projeto, o que fez com que a tarde se encerrasse com semblantes aliviados. “Gostei dele!”, exclamaram alguns.
Silêncio. Por mais que para o editor Julio Ludemir essa palavra seja semi-impossivel de ser utilizada em uma reunião de pauta, a curiosidade pelo que Anderson Batata diria era tão grande que esse som se fez presente na sala, que estava quentinha.
Tecnologia. Com seu tablet, seu macbook, seus planos por informatizar a SEMCTUR em 100 dias e disponibilizar wi-fi no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, o homem com apelido de legume, morador do bairro Nova Era, conquistava ainda mais os jovens naquela sala, cujo sobrenome é comunicação.
União. Entre cultura, educação, tecnologia, movimentos sociais e tudo mais que estiver presente em nossas agendas, ideias, timelines. “Políticas publicas para a juventude”, um dos grandes desejos do novo secretário. Junto com a equipe CulturaNI pensar, falar e mudar a cidade.
Vontade de mudar e principalmente de melhorar. “Cada secretário que passou por aqui deixou seu tijolo e eu quero me apropriar dessa obra e ampliar ainda mais”, disse animado.
X-9. Conhecidos também como “jovens fofoqueiros”, os repórteres mais sagazes da cidade não pouparam perguntas e/ou desabafos ao novo secretário, que como ex-estagiário escutou com paciência. Como, por exemplo, o caso dos contratos impossíveis. Para entrar no programa, é feito um convênio entre Prefeitura e Faculdades, mas no meio desse caminho existe muita burocracia e muitas caminhadas entre diversas salas e secretarias.
Zoação. Os jovens repórteres juntos não perdoam ninguém. Quarta é dia da sempre animada reunião de pauta, o novo secretario rapidamente se habituou às falações constantes do grupo e as suas piadas.
Abecedário on-line
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Marcadores: Hosana Souza, Mainstream
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3 Comentários:
Baixinho e calvo, ainda bem que nao definiu barrigudinho rsrs ...
Espero que essa energia possa ser traduzida em construçao de politicas para os jovens na cidade. contem comigo.
abecedário organiza as ideias!
a letra x e z , foram as melhores kkkkkk
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