Medo de arriscar

terça-feira, 7 de junho de 2011

por Marcelle Abreu

Casais brigam e fazem as pazes o tempo todo. Num dia, o sol brilha e, no outro, uma tempestade que parece não ter fim. Que complicado esse tal de relacionamento.

Pessoas são distintas uma das outras, mas há algo que a aproximam e essa diferença é deixada de lado pela paixão que surge entre eles.

Eis que aparece aquele momento, cujas diferenças gritam e lá vêm as famosas brigas de casais. Essas podem ser passageiras ou se transformar numa crise que deixa os corações apaixonados destroçados.


Talvez a crise nem tenha a ver com as brigas e sim devido ao longo tempo que estão juntos. São muitos os motivos que podem ocasionar crises em um relacionamento. Tempo, ciúmes, brigas excessivas. Posso passar dias escrevendo-os.

O fato é que essas crises podem ser mais do que uma simples crise. Pessoas podem vivenciá-las de diversas maneiras, sendo essas positivas e negativas.

Quem nunca se deparou com uma notícia no jornal em quem um(a) jovem se matou por amor? Chamam isso de loucura, falta de amor próprio, mas julgar um “louco apaixonado”? Quando se ama tudo se transforma e o desejo de ter a pessoa amada é tão intenso que pensar em perdê-la ou não tê-la faz com que seja melhor cometer um suicídio.

O amor é um sentimento puro e verdadeiro. Doce e envolvente, mas quando não correspondido pode ser destrutivo.

Bárbara Garcia, que vive a plenitude de seus 19 anos, na verdade não vive. A jovem estudante de design gráfico hoje se depara com sua vida estatelada devido a um amor conturbado.

Seu relacionamento de quatro anos já não é o mesmo. O amor foi esmagado pelas brigas e diferenças que a deixam mal e triste pelos cantos. Pode passar dias chorando e é capaz até de esquecer as refeições. “É difícil pensar em perdê-lo. Doi demais só em pensar e tenho consciência de que estou mal. Não me alimento e já peso menos de 50 kg. Esse sentimento está me fazendo mal, mas deixá-lo é pior”, desabafa.

Bárbara, que costumava sair e se divertir, hoje fica à espera de que tudo se acerte e enfim possa ser feliz com seu amado. Sua mãe e amigas já não sabem o que fazer quanto a isso. A situação já perdeu o controle de todos e o que fazer? Torcer para que a maré baixe e tudo se acalme outra vez.

Crises vêm e vão. Faz parte da vida. Vivenciamos até crise existencial, por que não as teríamos com a pessoa que compartilhamos nossos momentos?

Engana-se quem acredita que os casais mais felizes e apaixonados não sofram desse mal.

Uma estudante de comunicação social que pede para não ser identificada sofre uma crise devido ao tempo. Na verdade, a crise é de seu namorado e não dela. “Estamos juntos há seis anos. Bastante tempo, eu diria. Somos felizes e nos damos super bem, mas ele está num momento de resolver questões com seu “eu” e isso influencia diretamente no nosso relacionamento, pois dúvidas e incertezas surgem e a gente está dando um tempo pra ver no que vai dar. Complicado. E não estou preparada para uma separação, tento manter a calma e acreditar que o telefone vai tocar e ele dirá que tudo vai ficar bem entre nós”, diz esperançosa.

O momento da partida é difícil, mas vejamos, se fosse eterno como acreditamos que deva ser não teria esse momento e se esse chega é porque ainda há o que viver e quem sabe o “verdadeiro amor” não lhe faça uma surpresa? O que não pode é deixar de viver e deixar que a crise acabe com você.

Crises são momentâneas e passageiras. Vem de você lidar com ela e saber a hora de seguir caminhos distintos. Doi. Mas às vezes é melhor que doa agora do que esperar anos e anos e ver o quanto se deixou de viver e ser feliz na esperança de que tudo ficaria bem, quando na verdade o que mais a impediu de seguir foi o medo de arriscar e não o de perder quem acredita amar.

2 Comentários:

Anônimo disse...

Acabamos por ñ aceitar uma separação, tornando-a, aí sim, trist. Nos esquecemos q antes d estarmos com alguém, vivíamos sozinhos e, ainda sim, era td mt bom. A dicotomia vida x mort pod c comparada com outra - começo x fim. Só ñ nos damos conta q o fim d uma coisa é o começo d outra.


Ass .: Joaquim

Anônimo disse...

Olha eu comentando aqui, o texto está legal.

ass:. Carlos

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