por Leandro Oliveira
A esperança é o alimento que dá a energia suficiente para o homem cruzar novas fronteiras. É o caso das legiões de jovens que escrevem na proteção de seus quartos materializando ainda que amadoramente suas poesias, artigos ou letras de musicas. Protegidos pelo resignado e ao mesmo tempo incomodo anonimato.
Mesmo que a frase possa parecer ambígua o total anonimato consegue ser totalmente conflituoso. Na situação imposta o medo com a vontade de sobrevir para o mundo acaba se tornando um acalorado debate em suas consciências. “O que eu mais queria no mundo é libertar minhas palavras. Muitos sonham e poucos conseguem publicar seu livro”, conta a estudante do Ensino Médio, Mayara Mercedes, que escreve poesias desde os 13 anos.
Impossível ler essa matéria e não fazer uma analogia com à já clássicas palavras de Cazuza “Quem tem um sonho não dança!”. “O povo brasileiro é carente de leitura. Porém hoje em dia existe uma poderosa ferramenta que possibilita uma maior democratização da cultura que é a internet”, diz Andressa Santos que hoje trabalha em uma livraria e escrevia romances quando criança. Afinal ter um sonho não basta, Para não dançar, é preciso meter a mão na pena e ir à luta. “É preciso fazer com que a leitura toque o coração e mentes das pessoas. É preciso Perseverança. Ainda hoje escrevo com a esperança de ser notada”, conta.
Muitas vezes o talento é descoberto de uma forma estranhamente bela como uma flor que nasce de forma inusitada no lixo. A história de desilusão de Antônio Araújo teve projeção em suas letras de rap. “Comecei a escrever para escapar de uma realidade na qual sofria no colégio, isso mesmo o famoso bullying. Sobrevivi usando minhas letras como escudo. Só preciso de um papel e uma caneta, Quer alguma coisa mais popular e acessível do que a arte de escrever?”, desafia.
Já o poeta amador Ricardo Lopes confessa ter tomado uma atitude pragmática em relação a sua pretensão de um dia ser um ourives das letras. “Não sou besta. Na hora de escolher meu futuro deixei a paixão de lado e optei por engenharia. A área de humanas no Brasil é uma vergonha”, diz colocando uma pá de terra em quem acredita que pode moldar seu sonho da mesma forma que escreve um final adocicado em um romance.
As palavras dos jovens alentam para a realidade na maior parte do Brasil. Sempre presente é a sensação de uma gota de esperança em meio a um oceano de dúvidas. Mas como já falávamos a respeito da esperança ser o combustível do homem. Seria injustiça não citar o próprio projeto jovem repórter que foi das poucas exceções a fugir da regra e merece os mais sinceros parabéns pela forma pioneira com que valorizou a escrita e abriu novas perspectivas juntamente com projetos similares visando os jovens .
Ainda ciente das barreiras culturais existentes e seguindo o “boom” de projetos como o jovem repórter o governo federal tenta agora popularizar o plano nacional do livro e leitura com o apoio dos municípios. A iniciativa em Nova Iguaçu, seguindo a orientação da prefeita Sheila Gama, tem como objetivo fermentar ações efetivas que garantam a democratização da leitura através de políticas públicas continuadas.
A discussão sobre as questões são de suma importância para mostrar os passos da construção de políticas públicas de incentivo à leitura. Os encontros discutidos trouxeram três questões básicas. Melhorias para que aflore a força produtiva do livro e da leitura na Baixada, a captação de uma rede de interessados no processo literário e também mostrar a força do município para servir de referência para outros municípios e o próprio país.
“Há uma parcela da população que o poder público tem dificuldade em ter acesso e muitas vezes é preciso que pessoas da própria comunidade desenvolvam estes mecanismos de acessibilidade à leitura. É necessário abraçar a causa para que gere frutos” destaca Rita Carino, representante da Superintendência da Leitura e do Conhecimento do Estado do Rio de Janeiro incendiando e mostrando apoio a iniciativa.
2 Comentários:
Amei sua matéria Leandro, parabéns.
brigadão Dandara !
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