Foi sem querer querendo

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

por Josy Antunes


Assim que vi a programação do VIII Encontrarte, o anúncio que dizia “A turma do Chaves”, apresentado pela Miraguri Produções, no dia 28 de setembro, saltou-me aos olhos. Como se o próprio Chaves e os demais moradores da vila tivessem me erguido os braços e gritado: “Isso, isso, isso”!

Quando as pautas começaram a ser distribuídas, lá estava eu ansiosa para arrebatar a oportunidade de cobrir o evento. E foi o que ocorreu. (Não contavam com minha astúcia!)

Na manhã da segunda-feira em questão, cheguei bem cedinho, a fim de acompanhar toda a movimentação ao redor da apresentação, que se iniciaria às 10 horas.

Crianças e adultos pareciam iguais na expectativa de ver de perto o mundo de Roberto Bolaños.
“Quem nunca viu Chaves, é porque não existe”, ouvi comentarem em meio à gigantesca fila.
Muitos se aglomeraram sem cerimônias nos degraus do teatro, inclusive eu - aliás, considero que o meu lugar tenha sido o mais privilegiado.
Depois do brilhante espetáculo que nos foi apresentado, fui recebida pelo grupo que acabara de deixar o palco do Espaço Cultural Sylvio Monteiro.
A entrevista, você confere a seguir:

Josy: Como surgiu a ideia de montar a peça “A turma do Chaves”?
Mariah Huguenin, a Chiquinha: Todo mundo gostava do Chaves. A gente sempre falava dele, de como é a linguagem e de como o humor é ingênuo. É um tipo de programa a que a gente assiste e já sabe o que vai acontecer, é muito previsível, mas é encantador. Um dia, conversando, a gente se perguntou: por que não montar o Chaves? E a gente não conhece ninguém que tenha feito isso.
Fábio Oliviere, o Professor Girafales: E tem o apelo comercial, é uma coisa que vende.

Josy: Como aconteceu a preparação corporal e de voz?
Fábio Oliviere: A gente procurou observar bastante os episódios, assistimos muito. Primeiro, a gente tentou que cada um desse a sua leitura a cada personagem. Só que é tão forte o que eles fizeram com os personagens, e por tanto tempo, que acaba que a gente faz igual. Porque já está tão entranhado, da gente ter assistido desde a infância, que a própria leitura que podemos pode criar é algo muito semelhante ao que eles fazem realmente.
Loeni Mazzei, a Dona Florinda e Pópis: E as crianças vêm querendo ver o que eles vêm na TV.

Josy: No espetáculo não estão presentes todos os personagens da série. Como foi feita essa seleção?
Fábio de Luca, o Kiko: A gente queria focar nas crianças principalmente: Kiko, Chaves e Chiquinha. E como não daria pra gente fazer uma produção muito grande, optamos por pegar os personagens que mais estão dentro do contexto desses três personagens: o pai da Chiquinha, a mãe do Kiko e o professor das crianças.
Loeni Mazzei: E a gente quis trazer a Pópis também. Porque a Chiquinha, por mais que ela seja uma menina, é muito moleque. E as menininhas às vezes não se identificam com ela, como se identificam com a Popís. E de alguma forma equilibra, ficam duas meninas e dois meninos.

Josy: Quais são as dificuldades para levar “A turma do Chaves” adiante?
Loeni Mazzei: Acho que todas, porque é um espetáculo delicado. A gente quer fazer uma homenagem pro Bolaños, mas ainda tem o programa na TV. O SBT não recebe muito bem essa coisa de liberar os direitos pra que a gente possa realmente fazer o Chaves, de verdade, reproduzindo o programa. E pra gente enquanto ator, pessoalmente, é difícil isso de representar um personagem que já existe, que não é seu. Por mais que tenha criação nossa. O público não consegue entender que tem um pouco da atriz ali, que a Pópis da TV é uma coisa e do teatro é outra.

Josy: Hoje, no Encontrarte, vocês receberam uma homenagem pelo trabalho realizado. Qual foi o maior reconhecimento que o grupo teve com o espetáculo?
Fábio Oliviere: O maior reconhecimento é você passar na rua, principalmente aqui em Nova Iguaçu, e uma criança te olhar e falar: Professor Girafales!

Josy: Qual foi a maior demonstração de carinho, recebido do público?
Jean Rizo, o Chaves: Uma vez, eu estava saindo com minha noiva de uma apresentação, quando fiz o Kiko num colégio, e uma criança, que tinha Síndrome de Down, chegou pra mim e disse: eu te amo, você é maravilhoso, obrigado. Foi emocionante. O carinho sempre acontece, mas esse foi o que marcou mais.

3 Comentários:

Hosana Souza disse...

Otima materia, como de costume.

Anônimo disse...

qual é o nome do interprete do chaves?

Anônimo disse...

o interprete do chaves chama-se Jean Rizo.

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