por Flávia Ferreira
O coordenador da biblioteca, inaugurada no último dia 26 de setembro com o objetivo de democratizar o acesso à informação, acredita que é chegada a hora de se ter um espaço de referência para que não se perca o hábito da pesquisa, fundamental ao conhecimento. “Está tudo muito informatizado, muito mastigado, tudo está pronto e é só imprimir”, lamenta Evangelista. A biblioteca é um Ponto de Leitura, um projeto do MINC patrocinado pela Casa da Moeda e pelo Ministério da Fazendo que inicialmente disponibiliza 1,5 mil livros. A comunidade de Morro Agudo e a Prefeitura de Nova Iguaçu também fizeram doações de livros.
O espaço funcionará como uma biblioteca tradicional: o interessado preenche uma ficha, escolhe o livro, leva-o para casa e tem uma semana para entregá-lo. No entanto, os organizadores estão estudando a hipótese de realizar atividades ligadas à literatura e à cultura no espaço. “Queremos promover saraus, lançamentos, debates”, anuncia Evangelista, que já administrou bibliotecas em outros espaços culturais e pretende fugir do burocrático empréstimo de obras. “A biblioteca será a ponte para realizar essas atividades”.
Algumas atividades previstas na programação da biblioteca demonstram o desejo de o espaço atender a um público diferenciado, que vá além do jovem em idade escolar. “Queremos montar projetos que levem o livro até os idosos e os doentes, que muitas vezes estão abandonados nas camas e não têm nenhuma forma de passar o tempo além da televisão”.
Outras vidas
Uma das frequentadoras mais assíduas, a estudante Sandra da Silva, 15 anos, já levou dois livros para casa em menos de um mês: “Poesia Completa, Volume II” e “Poetas Franceses do Século XIX”. “É importante ter uma biblioteca aqui, principalmente para o nosso aprendizado”, diz ela, que sempre lê gibis nas visitas quase diárias ao espaço. “Gosto de ler porque, além de ser a melhor coisa que se pode fazer quando não se tem nada para fazer, os livros nos ensinam a escrever certo e a saber mais das coisas”.
A estudante Sarah de Freitas, 12, também pode ser encontrada com facilidade na biblioteca do Enraizados, onde faz trabalho de escola, se diverte com os gibis e viaja com a literatura. “Eu li ‘Uma Professora Muito Maluquinha’, pois gosto muito das histórias do Ziraldo”, conta Sarah, para quem o hábito de leitura nos transporta para outras vidas.
Futuramente, os computadores do tele-centro dividirão o espaço com os livros e a comunidade poderá ter acesso à internet gratuita, de segunda a sexta.
Livros ambulantes
A biblioteca Enraizados também aderiu ao projeto “Livro Livre”, uma espécie de corrente de livros adquiridos através de doações que, depois de catalogados, são soltos em espaços públicos pré-determinados. Essa biblioteca ambulante, que em sua primeira leva distribuiu 400 títulos, tem 10 pontos de partida no bairro. De salões de beleza a academias de ginástica, passando por lan-houses, depósitos de doce e lojas de material de construção, os locais mais concorridos de Morro Agudo estão abraçando essa ideia de popularização do livro. “A pessoa que pega um livro nesses lugares só tem o compromisso de cadastrar a obra no site da biblioteca e largá-la novamente”, explica Evangelista.
Para o coordenador da biblioteca, essa metodologia é capaz de ampliar o acesso à leitura e interagir com todas as classes sociais, já que os livros são libertados ao acaso, sem que o participante tenha a menor ideia de quem o encontrará. “Queremos ir para toda a Baixada Fluminense”, conta ele, que apenas no primeiro ano de execução do projeto pretende criar uma rede de leitura com 25 mil livros, atingindo 75 mil leitores.
4 Comentários:
Boa materia, linda iniciativa. Poderia divulgar o local da nova biblioteca. =]
lembrando o nome do local não é morro agudo e sim comendadror soares,a matéria esta com falhas graves no qual sugeria uma breve entedimento do local a qual vocês estão cituando a materia.
Isso que dá entregar a matéria na mão de pessoas que não savem editar..
Lembrando que o Local é conhecido por todos como Morro Agudo, e comendador soares é conhecido o outro lado... ou seja, isto é um blog e não um jornal expresso.
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