Roda Cultural

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

por Josy Antunes


A 2ª Pré-conferência de Cultura de Nova Iguaçu aconteceu no grande fomentador do processo audiovisual da cidade: a Escola Livre de Cinema, em Miguel Couto. Com início às 18 horas, 59 pessoas reuniram-se no salão de entrada do local. Entre elas estavam agentes culturais, escritores, fotógrafos, cineastas e alunos da ELC. Movimentos culturais e sociais tinham seus idealizadores concentrados no prédio vermelho. O Conselho Municipal de Cultura estava representado por Anderson Barnabé, Jorge Cardoso, Edson Sampaio e pelo secretário municipal de Cultura e Turismo, o escritor e cineasta Marcus Vinícius Faustini.

Os presentes, organizados em um grande círculo, receberam um guia explicativo, contendo os assuntos que seriam abordados e sucintas explicações sobre a SEMCTUR – a Secretaria de Cultura e Turismo da Cidade de Nova Iguaçu. No mesmo instante, foram distribuídas fichas de inscrição para a III Conferência Municipal de Cultura, que acontecerá no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, nos dias 23 e 24 de outubro. As fichas incluíam aqueles que as preenchesse no conselho que lá será formado, para discussão dos tópicos formulados nos encontros que vêm sendo realizados pelos bairros.


Assim como as pré-conferências são etapas da III Conferência Municipal, esta precede a II Conferência Nacional de Cultura, que acontecerá no próximo ano, do dia 11 a 14 de março. A presença da população, nas duas primeiras, é demasiadamente importante, e vai além da participação com propostas, ideias e críticas. É que apenas 5% do número de pessoas presentes nos encontros do Sylvio Monteiro terão direito a participar da Conferência Nacional. Ou seja, quanto maior o “barulho” feito pelos iguaçuanos, mais efeitos serão “ouvidos” em 2010. “Se a gente tem 400, a gente manda 20. A gente precisa se fortalecer pra chegar na Conferência Nacional muito mais forte e reivindicar muito mais direitos”, exemplifica Barnabé – diretor da Escola Livre de Música Eletrônica, localizada na Cerâmica –, reforçando a convocação.

Mediadora do encontro, a secretária adjunta Sandra Mônica fez questão de que cada pessoa se apresentasse, deixando tudo mais familiar. Os principais objetivos eram: pensar sobre a cultura em Miguel Couto e quais propostas sairiam do bairro para a Conferência Municipal.


Com os caminhos já traçados, Marcus Vinícius Faustini – o Secretário de Cultura e Turismo – assumiu o centro do círculo, expondo as principais ações dos seus dois anos de gestão e destacando a criação de dois editais: um deles premiou 37 projetos artísticos da cidade, com 8 mil reais para a realização de cada um; o outro alocou R$ 3 milhões nos chamados “pontinhos”, cerca de 60 ações culturais dentro das escolas públicas de segundo segmento do ensino fundamental. Para divulgar os pontinhos, a SEMCTUR criou as “Caravanas da Cultura” que percorreu quase todos os bairros da periferia de Nova Iguaçu divulgando o edital dos pontos de cultura.

Faustini expôs a ideia central da atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo: mostrar que “todo mundo é cultura”, usando como prova a frase grafitada no interior da Prefeitura de Nova Iguaçu. “Não interessa só eventos, mas sim o processo. O que a gente quer ver é a ação permanente da cultura nos bairros”, disse em seu instigante discurso. O secretário também destacou a mistura de gerações presentes na pré-conferência: “A maioria das pessoas aqui são recentes na cultura”.

Depois de falar sobre os grandes avanços de sua gestão, Faustini lançou a informação, orgulhoso: “Nova Iguaçu hoje, com toda precariedade, é a única cidade do Rio que possui Fundo Municipal de Cultura e que executa editais. Nós estamos à frente, inclusive, em política pública”. O secretário aproveitou a ocasião para anunciar o edital de festa e eventos, que será lançado até novembro, juntamente com o II Edital do Fundo de Cultura. “A gente não pode depender de uma gestão de uma secretaria”, alertou Faustini, para em seguida frisar a importância das discussões e participação de cada bairro. “Isso tem que ficar consolidado como sistema da cidade”.


Chegara a vez de todos da roda terem o poder da voz. Democratizando o momento, Sandra Mônica organizou da seguinte forma: anotava em uma lista aqueles que demonstrassem interesse, levantando uma das mãos, tendo cada fala o limite de dois minutos, somados a um minuto para conclusão.

O mapeamento das ações culturais realizadas, melhorias na divulgação a pequenos grupos descentralizados e a continuidade do processo cultura, mesmo com mudanças de gestões e a qualificação dos agente culturais para o desenvolvimento de projetos a serem apresentados, foram os principais assuntos debatidos. “Aqui surgiram muitas ideias que eu tô vendo como proposta”, disse a secretária adjunta, no final dos debates. “Minha sugestão é que vocês pudessem se reunir para aprofundar mais cada proposta e apresentar na conferência”. Ela ainda ressaltou a frase: “O momento é agora”, para que os grupos lutem por suas reivindicações.

Após mais de duas horas reunidos, com muitas ideias e metas implantadas nas mentes e a saudação “Paz e bem”, dita por Faustini, o grande grupo despediu-se do encontro.


0 Comentários:

Postar um comentário

 
 
 
 
Direitos Reservados © Cultura NI