por Fernando Fonseca
Nascido em Pernambuco, esse morador de Comendador Soares é um exímio artista que luta e vive em prol da literatura de cordel, com cerca de 500 folhetos já publicados ao longo de 50 anos de produção. "Ou você é o que é ou você não é ninguém".
Mais conhecido como Jota Rodrigues, o escritor conta que a literatura de cordel era a única alternativa de entretenimento para o nordestino e que a cada suas características são modificadas. A literatura de cordel está tão associada à vida do nordestino que muitos dos seus autores sequer precisam saber escrever para praticá-la, como é o caso do próprio Jota Rodrigues. "Ninguém dá o que não tem, ninguém é o que não é e ninguém faz o que não pode", filosofa.
Com o desejo de que as coisas voltassem a ser como eram antes na literatura, Jota Rodrigues lamenta que a grande maioria dos cordelistas não seja capaz de compreender que, mais importante do que viver da arte, é preservá-la. E uma das poucas alternativas para isso é usar o folheto como veículo de alfabetização. “Gostaria que a literatura de cordel fosse usada como conteúdo didático e não somente lembrado por alguns professores que apreciam trabalhar com tal arte”.
Jota Rodrigues nutre uma sensação ambígua em relação ao futuro do cordel, que no seu entender está fadado à museologia. Se por um lado acredita que “não se pode educar ninguém com o saber engavetado”, acha que esse é o único caminho para que o folheto não caia na vala do esquecimento. "Se não fosse a museologia, o nosso país seria um grande deserto cultural".
1 Comentários:
Bonito texto, linda história. Parabéns!
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